Gémeas. Chega acusa PSD e Aguiar-Branco de condicionar investigação para proteger Marcelo

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Miguel A. Lopes / Lusa

O presidente do Chega, André Ventura

Ventura mostrou-se surpreendido com o pedido feito por Aguiar-Branco de um parecer da PGR antes de se avançar com o acesso às comunicações entre o Presidente da República e o filho.

O líder do Chega, André Ventura, criticou duramente esta quinta-feira o requerimento do PSD para suspender o acesso às comunicações entre Marcelo Rebelo de Sousa e o seu filho, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso das gémeas luso-brasileira.

Em causa está o pedido de Aguiar-Branco, que quer um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República sobre o acesso a estas comunicações. O PSD concorda e defende que se deve esperar pela opinião da PGR.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Ventura destacou que “um dos partidos, não por acaso o de origem da família do Presidente da República, veio pedir ontem a suspensão de entrega de todos os elementos de comunicação a esta comissão — até se obter o tal parecer”.

Para Ventura, esta atitude representa um “tremendo boicote” aos trabalhos da Comissão de Inquérito, que tem poderes equiparados aos dos órgãos judiciários, conforme estabelecido na lei.

Além da crítica ao PSD, Ventura também apontou o dedo ao presidente da Assembleia da República, que acusa de estar a atrapalhar o trabalho da comissão. “Quer o presidente da Assembleia da República, quer os deputados do PS, estão a contribuir para que esta comissão de inquérito tenha a sua vida dificultada, mais fragilizada e com menos dificuldade de atuação”, acusou.

Ventura sugeriu que, se fosse Presidente da República, entregaria à comissão todas as informações relacionadas ao caso sem ter de lhe ser pedido.

“Se eu fosse Presidente da República, o que eu acho que seria útil de ser feito: entregaria a esta comissão tudo o que tem a ver com este tema. Independentemente de estatutos, posições jurídicas, a verdade está acima disso tudo. Isso já devia ter sido feito”, completou.

O caso investigado pela Comissão de Inquérito e pela Procuradoria Geral da República envolve o ex-secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, e Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República.

Estão em causa suspeitas de cunhas e favorecimentos na forma como duas crianças luso-brasileiras conseguiram acesso ao medicamento Zolgensma no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Este medicamento, utilizado no tratamento de atrofia muscular espinhal, tem um custo de dois milhões de euros por pessoa.

Adriana Peixoto, ZAP //

2 Comments

  1. Certo é que o facto de todos os inquiridos , até a Data presente se remetem a un silencio ensurdecedor . Portanto , este “Caso” no meu ver nunca será esclarecido , muitos indiciados da “Alta” , são intocáveis escudando-se com o direito ao silencio e defendidos por Advogados bem pagos .

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