Caso das gémeas. Relatório conclui que acesso ao fármaco mais caro do mundo foi irregular

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Ivendrell / Wikimedia

Hospital de Santa Maria, em Lisboa

O relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde aponta irregularidades na marcação da primeira consulta das gémeas no Santa Maria.

O relatório final da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre o caso das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal que foram tratadas pelo Serviço Nacional de Saúde em Portugal concluiu que as crianças tiveram um acesso irregular ao Zolgensma, o medicamento mais caro do mundo.

A IGAS aponta que não foram cumpridas as normas legais neste tipo de casos.

Um dos exemplos apontados é o facto de a primeira consulta no Hospital de Santa Maria ter sido marcada por uma secretária do ex-Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.

A auditoria interna do hospital também já tinha referido irregularidades no agendamento desta consulta, recorda o Correio da Manhã.

Apesar de as crianças terem direito a ser tratadas no SNS, dado terem cidadania portuguesa, o relatório aponta que a intervenção direta da Secretaria de Estado na Saúde pode ser um sinal de que terá havido um favorecimento indevido.

Recorde-se que o caso remonta a junho de 2020, quando as duas meninas foram acompanhadas no Hospital de Santa Maria, num tratamento que custou mais de quatro milhões de euros ao Estado e que provocou protestos por parte dos médicos.

O caso causou ainda polémica devido às suspeitas de que poderá ter sido uma cunha do Presidente da República a garantir o tratamento às crianças. A família das gémeas conhecia a nora do chefe de Estado, tenho o filho de Marcelo enviado um email à Presidência a relatar a sua situação.

A notícia foi inicialmente reportada pela TVI, que incluiu até um vídeo onde a mãe das meninas confessa ter usado os seus “contactos” e um “pistolão” (termo brasileiro para favor ou cunha).

O Ministério Público abriu um inquérito sobre a alegada cunha de Marcelo Rebelo de Sousa, mas o Presidente nega ter interferido e garante que reencaminhou o caso para o Governo e seguiu os procedimentos normais.

A rapidez na obtenção da nacionalidade portuguesa para as gémeas também levantou questões, com o processo a demorar apenas duas semanas e as crianças a serem tratadas ainda antes de terem números de utente no SNS.

A IGAS vai agora enviar o seu relatório final ao Ministério Público, a quem cabe apurar se foi cometido algum crime.

ZAP //

10 Comments

  1. Agora é preciso que todos sem excepção sejam penalizados! Nao ha cidadãos de 2ª! Em portugal toas as pessoas sao iguais!
    Foi uma vergonha isto que aconteceu!

  2. Assino por baixo.

    Não venham dizer que tinham direito porque são portuguesas, não, não são e nunca vão ser. Alias, onde estão agora?, no Brasil que é onde residem e onde nasceram.
    Vieram a Portugal “mamar” na teta do Estado miserável, para com alguns portugueses, mas para estes casos está sempre pronto.
    Agora, só espero que o MP prossiga e penalize quem tiver de ser penalizador, mesmo que seja o MRS. Lamento, não tivesse entrado em rua estreita.

  3. Segundo tudo o que foi possível saber, a começar pelas palavras do PR, a «cunha» não só foi «metida» por influência do Rebelo de Sousa como foi vergonhosamente negada por ele e todos os indivíduos que circularam à volta da dita «cunha» de milhões (quantos?) de euros! Não há sofisma: é como a «cunha» do pai da ministra da Justiça do actual governo PSD+CDS em favor do conhecido aldrabão Zé Sócrates (do PS, note-se) que continua por condenar ao cabo de mais tempo que o governo do Costa. Como diz o outro: «’Tá tudo ligado!»

  4. Um Governo de corruptos e de compadrios . Para ajudar à festa Marcelo faz a mesma coisa. Não admira que Marcelo protegesse Costa até ao limite do possivel, estavam os dois entalados neste caso . Ventura tem mais do que razão . Hà que acabar com esta pouca vergonha .

  5. OK, foi irregular! E agora quais vão ser as consequências????? Quem prevaricou, deve assumir as consequências e pagar. O Estado não deve ficar com o prejuízo.
    Os Portugueses, não podem ser mais carregados com impostos, para os políticos os gastarem em favores para amigos. Isso é prevaricação punida por lei com pena de prisão até 5 anos.
    Todos os envolvidos devem ser responsabilizados desde o Presidente da Republica ao médico que prescreveu o medicamento.
    Em Portugal estamos fartos de que a culpa morra sempre solteira e o Zé Povinho paga sempre tudo!

  6. Isto é somente uma Ponta do Iceberg, se investigarem bem Milhares de Milhões saem dos cofres de Portugal para ajudar quem nunca descontou , e para os Amigos dos Governantes. Agora a ser verdade quem meteu a cunha que pague o Prejuizo, certamente os Proximos pensam duas vezes antes de ajudar os amigos

  7. Ora, meus caros concidadãos ( e … com sim, dão, donas!…) , mais uma vez vira o disco e toca a mesma!!!
    Dão entre eles o que é nosso. E tudo acabará em mais do mesmo.
    Pelos vistos, de tão iluminados e inteligentes que os tugas somos, ninguém se deu conta, que quando a bomba estava a progredir no sentido da explosão contra os seus autores, não tardaram a fazer explodir outra ao lado, para neutralizar aquela.
    E, dessa crise, lá tivemos que suportar mais um penoso, longo, oneroso e desgastante novo processo eleitoral.
    Por isso, pf,, ou façam-na explodir de uma vez por todas, rapidamente e a sério, ou preparem-se para pagarmos mais uma crise. Deixando os verdadeiros responsáveis sempre impunes e prontos para outras.

  8. O Governo agora entrado em funções assim como os representantes de diversos Partidos com assento na nova Assembleia da República que tanto têem falado na luta contra a Currupção, têem neste Caso uma óptima oportunidade de demonstrar essa vontade. Que algo estará realmente a mudar. Por mim e até ver, creio que mais uma vez tudo vai ficar em águas de bacalhau…

  9. É preciso urgentemente fazer um levantamento da situação:
    Quantos ‘Luso-Brasileiros’ existem no mundo que (ainda) não têm a nacionalidade Portuguesa?
    Assim o SNS pode já ser reforçado com os meios adequados

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