Miguel A. Lopes / Lusa

Primeiro-ministro não vai (ou diz que não vai) aos debates televisivos com BE, Livre e PAN – mas Nuno Melo nunca o substituiu, em 2024.
Luís Montenegro vai estar nos debates televisivos da campanha eleitoral, mas não em todos: a Aliança Democrática (AD) anunciou que vai substituir o líder do PSD pelo líder do CDS-PP em três dos debates televisivos negociados com as televisões.
Mais concretamente, nos debates com Mariana Mortágua (BE), Rui Tavares (Livre) e Inês de Sousa Real (PAN), a AD vai ser representada por Nuno Melo, não por Montenegro.
Para Pedro Nuno Santos, esta decisão é “inaceitável” e acrescenta: “Fugir ao debate revela medo e um padrão preocupante num candidato a primeiro-ministro”. O secretário-geral do PS escreveu no X que vai estar em todos os debates porque “é assim que deve ser”.
André Ventura, presidente do Chega, falou em “cobardia política” e apontou, em conferência de imprensa: “Eu acho que é lamentável. Claramente está a querer fugir aos debates. Luís Montenegro percebe que os debates lhe vão ser incómodos, percebe que os debates lhe vão ser difíceis, e então quer enviar para os debates alguém que nem sequer é candidato a primeiro-ministro, que é o presidente do CDS”.
Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco e uma das visadas neste anúncio da AD, espera que ainda esteja num debate com o primeiro-ministro até às eleições. E avisou: “Eu percebo que Luís Montenegro não queira debater comigo, mas o medo ainda não é uma razão plausível para se faltar a um debate eleitoral tão importante”.
Luís Montenegro já reagiu, explicando – também no X – que a AD também deve ser representada nos debates por Nuno Melo, líder do CDS, que está na coligação: “Não fujo a nenhum debate, mas a democracia deve respeitar que numa coligação possam intervir todos os parceiros com representação parlamentar”.
Sei o que fizeste…
…não no Verão passado, mas no Inverno passado, mais precisamente na campanha eleitoral para as legislativas 2024.
No início de Fevereiro, a um mês das eleições, a direcção de campanha da AD anunciou que Nuno Melo iria representar a AD nos debates na televisão com PCP e Livre, em vez de Luís Montenegro, que iria aos outros.
Os dois partidos em causa não gostaram, RTP, SIC e TVI ficaram surpreendidas com este anúncio.
Na altura, a AD recordou que, na campanha eleitoral de 2015, o líder do CDS (Paulo Portas) representou a coligação Portugal à Frente em alguns debates na televisão.
Ou seja: o cenário de 2024 seria igual ao de 2025: Luís Montenegro na maioria dos debates, Nuno Melo nos outros.
“Seria” – é que, em 2024, não foi isso que aconteceu: a AD, na altura candidata a governar e não no Governo, acabou por recuar e Luís Montenegro foi mesmo ao debate com Paulo Raimundo do PCP, somente 2 dias depois, e ao debate com Rui Tavares do Livre, 10 dias depois.
Para as eleições deste ano, já houve reunião dos partidos com os canais de televisão – mas o modelo não ficou fechado.
Isto até é bom para os três partidozecos. O Luís Montenegro se fosse debater com eles fazio-os em cacos.
Acho muito bem que Montenegro não perca tempo com estes 3.
Devia ser engraçado um país gerido por qualquer um destes três.
Podiam juntar a esses o PCP.
O cobarde Pedro Santos, já não se lembra que ele próprio se recusou a fazer debate com José Luís Carneiro. É para ver como este gajo é um verdadeiro trauliteiro. Que vá cavar terra ou fazer sapatos para a firma do pai.