Se o PS vencer as próximas eleições legislativas, marcadas para 30 de janeiro, a ministra Francisca Van Dunem não fará parte do próximo Governo.
Em declarações ao jornal Público, a ministra da Justiça disse que não assumirá um cargo ministerial no próximo Governo se o PS vencer as eleições legislativas antecipadas.
“Eu já estava neste Governo até final da Presidência portuguesa da União Europeia, era a combinação que tínhamos. Porque era suposto que houvesse uma remodelação a seguir”, explicou.
A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) decorreu entre 1 de janeiro e 30 de junho. Estas declarações da ministra da Justiça contrariam as afirmações do primeiro-ministro, António Costa, em setembro, nas quais afastava qualquer remodelação do seu Governo.
Questionada pelo diário sobre a sua decisão de não assumir nenhum cargo num próximo Governo, Francisca Van Dunem disse: “Acho que sou, neste momento, a pessoa que mais tempo esteve na pasta da Justiça”.
“Temos de dar lugar a outras pessoas. E depois o meu lugar não é aqui, a minha profissão não é esta. Acho que tenho de ir para o meu lugar”, acrescentou.
“Só tive num lugar mais tempo do que este, que foi na Procuradoria-Geral da República, nove anos. Sempre estive cinco/seis anos no mesmo lugar porque chega uma altura em que já não temos capacidade de ver de fora, e isso é importante. Quando ficamos no mesmo núcleo, falamos entre nós, não há respiração. E isto é uma democracia. Tem que vir para cá outra pessoa. Vim na altura porque achei que era uma proposta importante, trabalhar com António Costa, confiava nele, e achei que era um projeto de trabalho interessante”, justificou.
Van Dunem esteve no gabinete do procurador-geral da República entre 1999 e 2001 e, entre outros cargos, foi procuradora-geral distrital de Lisboa de 2007 até integrar o Governo de António Costa em 2015.
O Público escreve que, além da ministra da Justiça, outros sete governantes do Governo de António Costa nunca mudaram de pasta: o próprio primeiro-ministro; Manuel Heitor, ministro da Ciência e do Ensino Superior; Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação; Ana Sofia Antunes (secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência); Anabela Pedroso (secretária de Estado da Justiça); Augusto Santos Silva, que começou como ministro dos Negócios Estrangeiros, ganhou a pasta de ministro de Estado, e João Costa, secretário de Estado da Educação, tornou-se também adjunto do ministro.
ZAP // Lusa