/

Fotografia mostra quando começou o incêndio (“muito antes da trovoada”)

21

Paulo Cunha / Lusa

Incêndio em Pedrógão Grande

Incêndio em Pedrógão Grande

As suspeitas de que o grande incêndio de Pedrógão Grande foi originado por mão criminosa crescem, com relatos de populares e de bombeiros. E o início do fogo está registado numa fotografia, que será a primeira tirada ao incêndio, muito antes de se ouvir a trovoada.

A imagem foi registada por Daniel Saúde, de 39 anos, que se encontrava com a mãe, na casa em Escalos Fundeiros, localidade de Pedrógão Grande, onde começou o grande incêndio que matou 64 pessoas.

Em declarações ao jornal Expresso, que divulga a fotografia, Daniel Saúde conta que ligou para o 112 às 14:38 horas, a reportar o incêndio, e que registou a imagem do fogo pelas 15:17 horas e “não havia trovoada no ar”, garante.

A origem do incêndio foi atribuída a uma trovoada seca e a Polícia Judiciária anunciou ter encontrado a árvore, atingida por um raio, onde o incêndio terá começado.

Muitos populares garantem contudo que não ouviram trovoadas quando o incêndio começou e o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, também fala em suspeitas de “mão criminosa”.

Daniel Saúde é igualmente defensor desta teoria, lamentando ainda não ter sido ouvido pelas autoridades, mesmo depois de ter sido ele um dos primeiros a dar o alerta de incêndio.

Em declarações à SIC Notícias, ele explica que estava a almoçar com a mãe, numa casa “com vista privilegiada sobre o vale”, quando reparou no incêndio, numa altura em que diz que não havia qualquer registo de trovoada.

“Trovoada houve muito mais tarde, no final da tarde”, diz Daniel Saúde, mostrando-se “bastante chocado” com as alegações iniciais apresentadas pela Judiciária.

“Carrinhas suspeitas” apanhadas a reactivar o incêndio

O jornal Sol refere, entretanto, que bombeiros e populares que estiveram na zona do incêndio alegam ter visto “duas carrinhas suspeitas” que estariam a tentar reactivar o incêndio.

“Aquela zona já estava a ser investigada desde há um mês porque havia várias tentativas de incêndios postos e já havia alguns suspeitos”, refere ao Sol uma fonte identificada como alguém ligado “ao teatro das operações”.

Este semanário também realça que na passada quarta-feira, quando o incêndio foi dado como controlado, os bombeiros viram “um grupo de pessoas que estavam na zona a tentar reactivar o incêndio”. Mas terão conseguido “fugir em duas carrinhas, que já foram entretanto identificadas”, avança o Sol.

Já neste sábado, habitantes alertaram os bombeiros para uma ameaça de fogo posto numa área de eucaliptos, perto do local onde andou o incêndio entretanto extinto, segundo adianta o Correio da Manhã.

O jornal refere que o foco de incêndio foi controlado pelos bombeiros e que a GNR esteve no local a recolher informações.

SV, ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

21 Comments

  1. Tudo misturadinho. Fotografia mais de meia hora depois não quer dizer nada, dizer que trovoada foi depois, menos ainda, só basta dizer, duas carrinhas a tentar por fogo outra vez quatro dias depois de estar tudo ardido,… parece anedota. Aproveitamento jornalistico ? Parece a maior hipotese. Veremos.

  2. Tenha sido fogo posto ou provocado pela trovoada, só ardeu porque tinha algo para arder.
    E ardeu tanto porque não tinha zonas “corta fogo” para travar o fogo.
    Já agora, se as estradas, pelo menos as nacionais, estivessem conforme a lei, seriam um excelente corta-fogo, e um óptimo acesso ao fogo. 10 metros limpos para cada lado, sem árvores com mais de 5 metros de altura nem encostadas umas às outras.

    • Não devias falar sobre o que não sabes. Já vi resultados de fogos que foram propagados com distâncias sem mato muito superiores! Basta estar vento e haver eucaliptos para a matéria incandescente ser levada pelo ar muitos metros (muito acima de 50 metros). O problema é o tipo de árvore plantada em Portugal pelo lobby da celulose, e que tem ligações aos diversos Governos. Plantem a vegetação natural da região, e os fogos vão reduzir-se drasticamente.

      • As zonas “corta fogo” por si só não param o fogo, mas são uma oportunidade para…
        Se as árvores se tocam de um lado para o outro da estrada não há ninguém que se meta no meio para tentar coisa nenhuma.
        E sim, concordo que o tipo de árvore influencia tudo num incêndio. Os eucaliptos são melhores que fósforos no meio do incêndio.
        E quanto a lobbys não são só as celuloses. Quem vende material para combate aos incêndios ganha muito dinheiro com os fogos, e alguns que ajudam a apagar também. Outros que ajudam a apagar só têm prejuízo e dores nas costas.

    • As cascas do pinheiro em combustão, com o vento deslocam-se largas dezenas de quilómetros, pois sobem centenas de metros atmosfera acima. O que dá origem a muitos fogos em diferentes locais.

  3. Essa da judiciária ter concluído tão rapidamente que foi aquela a árvore a vítima de uma faísca parece-me fácil demais!

    • Essa estória e a da fada dos dentes, estão ao mesmo nível. No meio de um incêncio raivoso, descobriram a árvore! Génios! Pena é que quem lá mora, não tenha ouvido nada, muito menos visto. E o timing? Fabuloso. Foi num instantinho. Génios.
      Fada dos dentes, sim, pena é que o povo está ao nível de credulidade das criancinhas. E porquê? Porque a realidade está num sítio que ninguém (#$%&) suportaria admitir. Esqueçam os madeireiros. São bodes e peões ao mesmo tempo. Admito que o grau da coisa não estivesse completamente prevista. Azar. Correu bem demais. Agora gerou espetáculo. E ainda temos 3 ou 4 meses para continuar isto! Vai restar alguma coisa sem ser côr de cinza? Teremos Leis para surrupiar terras aos privados, que a festa da propriedade privada já dura há demasiado tempo! Finalmente! A volta que foi preciso dar… pulverizar tudo com alumínio e bário etc debaixo dos narizes dos tristes que se recusam a enxergar a obra vinda do céu. Ufa. Deu trabalho mas já arde que é um gosto e ninguém tem mão naquilo. Temos substâncias de foguetes em cima de eucaliptos! Que é que se pode pedir mais?! Bastava analisar as terras, mas quem é que o faz? Ninguém! São parvitos, além de pelintras. E acreditam que estamos todos a remar para o mesmo lado.

      • Que filme… tens jeito para o espectáculo!…
        Todos os dias há incêndios provocados por trovoada e sempre foi assim desde há milhões de anos!!
        Além disso, Portugal é um dos países com alto risco de incêndio (ainda para mais quando há mais de 30 graus de temperatura, pouca humidade e ventos fortes), pelo que não são necessárias conspirações manhosas para um incêndio destes ocorrer de forma natural!!
        O facto de “quem la mora não ter ouvido nada”, não significa que não tenha acontecido nada!!
        Até porque há registo no IMPA dessas descargas eléctricas!!

  4. Uma fotografia tirada mais de 40 minutos depois do incêndio se iniciar não pode representar o início do fogo, como é referido no princípio do artigo.

      • Num incêndio em que a GNR mandou as vítimas seguir por uma estrada onde o fogo as dizimou, parece-me que a sua propagação não foi lenta. Por esse motivo “40 minutos” nunca podem ser considerados “zero minutos”. No momento imediatamente a seguir ao “zero” muitos incêndios se apagam com um simples extintor. 40 minutos depois, provavelmente nenhum!

        • Ah?
          A GNR não mandou NADA; a GNR cortou o IC8!!
          Daí as pessoas seguiram por onde acharam mais conveniente!
          Havia várias opções e nem todas seguiram por essa estrada.

  5. O IC8 só foi cortado às 18:50, quando já tinha ocorrido a tragédia na estrada 236-1. Apresento uma parte do relatório da GNR que forneceu ao 1.º ministro para se ver que o fogo foi tudo menos lento: “(…) o fogo terá atingido esta estrada de forma totalmente inesperada, inusitada e assustadoramente repentina, surpreendendo todos, desde as vítimas aos agentes da proteção civil, nos quais se incluem os militares da Guarda destacados para o local”.

  6. Neste caso, o fogo começou de certeza no quartel de bombeiros, no posto da polícia, no gabinete do presidente da câmara, na sala do ministro, na assembleia de república, e provavelmente na casa de muitos que fecham todos os dias os olhos as estes atentados aos direitos e deveres de viver em cidadania – para muita floresta ardida e muitas mortes a lamentar, apenas uma palavra – Terroristas.

  7. Minha gente, parem de se armarem em Sherlok Holmes. Só um à parte… tenho o testemunho de uma pessoa que passou na “estrada da morte” e ninguém a mandou ir para lá. Ela foi porque era a que estava aberta. E em segundos deparou-se com chamas à sua frente. Voltou para trás e começou a ouvir carros atrás a bater uns nos outros (começou o inferno). Conforme voltou para trás também já não dava para passar, pois o fumo era imenso. Só via pessoas e crianças a gritar e a chorar… ela gritava dentro do carro “venham atrás de mim, não fiquem aí…” E dizia para a mãe que não iam conseguir sair dali vivas, que não ia ver a filha nascer(está grávida) e não ia ver mais o filho e o marido que estavam à espera delas. Foram ás cegas no meio do fumo, rezou alto como nunca tinha rezado e Graças a Deus saiu daquela estrada viva!!!
    Mas aqui o que importa é que somos um Povo Unido e não se foi o raio ou se foi o”raio que os parta”, isso quem foi a seu tempo será descoberto e Justiça será feita. O que importa agora é que temos de ajudar quem mais precisa. E quem é que precisa? Os desalojados, os familiares das vitimas e os Bombeiros. Sim, porque todo este empenho nesta Campanha de Solidariedade deve ser também para ajudar TODOS os Bombeiros de Portugal Continental e Ilhas. Não sou bombeira, mas que seria de nós sem eles? Já pensaram que em qualquer estação do ano há tanta tragédia, e se não fossem os bombeiros, não havia salvamento?! Eles são os Super Heróis da atualidade mas que caem no esquecimento rápido. Lá diz o velho ditado: “Só se lembram de Sta Bárbara, quando troveja”. Mas para estes Super Heróis continuarem o seu trabalho, necessitam de estarem bem apetrechados nos seus Quartéis. Por isso, sou da opinião que esta Campanha deveria se estender a todos os Bombeiros de Portugal, pois o nosso país está sempre a necessitar dos nossos Heróis. E há que agradecer-lhes todos os dias por existirem. Tal como deveriam ser reconhecidos monetariamente, tal como os jogadores de futebol. Esses homens ganham milhares para andarem 90minutos a correr atrás de uma bola. No fim tomam um banhinho e vão para o belo do hotel descansar e têm tratamento VIP, enquanto estes Homens andam horas, dias, noites, semanas, sem descansar, passam fome e sede, com dores, derreados de todo o esforço que fazem, a correr no meio de florestas, por caminhos que desconhecem, a apanhar fumo, calor, carregar mangueiras de água, a lutar contra o poder das chamas no verão, o poder das chuvas e do vento, no inverno, quando vão não sabem se voltam e para no fim ouvirem apenas um obrigado e adeus. Eles sim é que merecem ter um bom ordenado, boas condições no Quartel, bons equipamentos de socorro, bons veículos para se deslocarem em auxilio. Serem tratados como merecem… como SUPER HEROIS QUE SÂO!!!

  8. Claro que os bombeiros são uns heróis, mas é lamentável que a coordenação das forças no terreno não tenha funcionado como deve ser, e para isso é que foi criado o SIRESP para melhorar o comando e não para receber dinheiros públicos, sem que faça o trabalho que lhe compete. Se tivessem funcionado teriam mandado cortar a estrada que conduziu à morte de tantas pessoas…
    E não venham com a conversa que não deu tempo! O jovem casal com duas meninas que foram apanhados nessa estrada, tinham estado a tomar banho, e nem sequer eram de Pedrógão, por isso só no fim do dia é que regressavam a casa! Haja humildade em reconhecer os erros para que se possam evitar outros no futuro, ouvir os especialistas e tomar as medidas necessárias!

  9. As autoridades de combate aos incêndios são muito céleres em colocar a culpa em “fogo posto”, como aconteceu também neste caso por parte da protecção civil, logo de seguida desmentido e afirmado que as condições climatéricas é que provocara a ignição. Para mim, aparte o fogo ter começado de uma forma ou de outra, está a questão que, após uma comunicação para o 112, ao fim de 40 minutos ainda não tivesse aparecido qualquer meio para verificar o que se passava. Na minha opinião, que vale que vale, o problema foi a demora em se atender ao ataque ao fogo. Se os bombeiros fossem encaminhados de imediato, estou convencido que o incêndio teria sido controlado em tempo de não ter provocado esta calamidade. Assim, para mim, a falha grave está na organização dos meios e não no raio ou fogo posto.

  10. Neste caso é mais O RAIO QUE OS PARTA aos senhores dos gabinetes com suas conclusoes a 150 km do local dos acontecimentos. chega desta gente.ter cursos nao faz deles senhores donos da verdade mas sim de conjectura…a ser sem verdade isto do sr daniel entao estao mal demais todas as pseudo explicaçoes dos pseudo sabios. que antes de qquer acontecimento ja teem a resposta.

  11. As questões principais têm de ser esclarecidas:
    1- porque não foi iniciado o combate ao fogo 40 minutos depois do primeiro alerta?
    2- porque não foi cortada a estrada dita da morte ?
    3- porque não há sistemas de alerta às pessoas que estão nas áreas de risco ? Passaram-se 5 horas desde o início do fogo e não conseguiram antecipar o risco humano? Porque não criam processos com os operadores de telemóveis para que em caso de risco eminente, sejam enviados sms de aviso para todas as pessoas que estejam no caminho do fogo com tempo de antecedência! ? Isto hoje em dia já se faz noutros países e cá seria facílimo implementar algo deste género!
    Com pesar.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.