A chefia das Forças Armadas turcas deixará de depender do Ministério da Defesa e ficará subordinada diretamente à Presidência no futuro, anunciou o primeiro-ministro turco numa entrevista dada à imprensa.
“O Estado-Maior General das Forças Armadas já não dependerá do Ministério da Defesa. Quando implantarmos o sistema presidencialista, ficará subordinado à Presidência”, disse Binali Yildirim numa entrevista na televisão turca ATV-A Haber.
O primeiro-ministro não especificou datas para a concretização da mudança de regime do Governo, de parlamentarista para presidencialista, que reforçará o papel do Presidente Recep Tayyip Erdogan.
Para a formalização dessa mudança, que segundos altos cargos do Governo “já é um facto”, falta realizar uma mudança na Constituição com uma maioria de dois terços, o que não pode ser fácil com a atual composição do Parlamento.
Yildirim falou também, na mesma entrevista, sobre a futura dissolução da Guarda Presidencial, um corpo de função cerimonial do exército criada em 1920.
Na sexta-feira, foram presos 283 soldados da Guarda Presidencial, composta por 2.500 membros, por suspeita de envolvimento na tentativa golpe de Estado que sofreu o país no dia 15 de julho.
Ontem, as forças de segurança turcas prenderam Hails Hanci, um colaborador de Fethullah Gülen, exilado político nos EUA que Ancara acusa ser o mentor do golpe de Estado falhado de 15 de julho.
As forças de segurança do país prenderam Hanci na província de Trabzon, no norte da Turquia, junto ao Mar Negro.
No mesmo dia, a agência Anadolu divulgou que as autoridades turcas detiveram Muhammet Sait Gülen, sobrinho de Gulen, capturado em Erzurum, no nordeste do país, no âmbito do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado.
É a primeira vez que um familiar de Fethullah Gülen é relacionado com o golpe.
A região de Erzurum é apontada como abrigo de vários apoiantes e membros do movimento “Hizmet” do imã muçulmano, que as autoridades turcas dizem ter estado por detrás da tentativa de golpe de Estado.
O exilado na Pensilvânia já negou ter sido o mentor da iniciativa, sugerindo até que a tentativa de golpe foi instaurada pelo próprio presidente.
ZAP / Lusa