“Estou totalmente focado em ser ministro da Cultura e é uma boa ideia que todos os membros do Governo estejam focados em governar e não em alimentar especulações”, afirmou o ministro Pedro Adão e Silva sobre o seu futuro – e uma possível liderança no Partido Socialista (PS).
Quem será o sucessor de António Costa à frente dos socialistas? Como lembrou o Público, a quem Adão e Silva deu o testemunho, na corrida estão já Ana Catarina Mendes, Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva e Pedro Nuno Santos – que, apesar das polémicas, se mantém no cargo de ministro e tem o apoio do aparelho.
O nome de Adão e Silva começa agora a ser referido, mas não é de hoje que Costa o tem na mira. Como indicou Paulo Pedroso – que esteve a seu lado na direção de Eduardo Ferro Rodrigues -, se o ministro da Cultura tivesse aceitado convites anteriores para o Governo, já estaria na lista de sucessores do último congresso.
“Convém ter consciência que António Costa queria o Pedro como ministro da Cultura há muito tempo. O Pedro resistiu. Era uma pessoa que Costa queria ter a seu lado e se estivesse há mais tempo a seu lado, já seria falado para candidato a sucessor”, disse Paulo Pedroso ao jornal diário.
Embora Mariana Vieira da Silva não tenha rejeitado a possibilidade de suceder a Costa, fala-se que não tem esse objetivo e que, apesar de ser a número 2 do Governo, não domina o partido.
Para Paulo Pedroso, a entrada de Adão e Silva para “o núcleo político” do Governo é “um sinal fortíssimo” de que pode ser um dos candidatos à sucessão. “Parece haver da parte de António Costa uma estratégia: ter alguém que trave a influência de Pedro Nuno Santos dentro do partido”, disse ainda.
Paulo Pedroso indicou que, ao contrário de Fernando Medina, de Mariana Vieira da Silva e de Ana Catarina Mendes, “o que diferencia” Adão e Silva dos outros candidatos que o primeiro-ministro “promove é ser uma pessoa com uma vida independente” de Costa.
Aos 29 anos, Adão e Silva se tornou membro do secretariado do PS e do núcleo político do então líder socialista, Ferro Rodrigues. Vinte anos depois, foi o escolhido por Costa para encerrar o debate do Estado da Nação, em julho.
Lanço mais dois nomes para potenciais sucessores do Costa: José Sócrates e Armando Vara.