Na primeira semana da campanha de vacinação britânica, o Serviço Nacional de Saúde já administrou a vacina Pfizer-BioNTech em 137.897 pessoas. Porém, as autoridades britânicas referem que o objetivo é que esta chegue a toda a população. Mas será que todos estão dispostos a recebê-la?
A vacina de covid-19 foi produzida num curto período de tempo (pelo menos tendo em conta o período expectável para a sua fabricação), por isso este é um dos fatores que está a fazer com que muitas pessoas, espalhadas por todo o mundo, se sintam com medo de a tomar. Os especialistas questionam-se sobre a melhor de forma de clarificar os benefícios da administração da vacina à população, mas o processo não será fácil.
Neste sentido, o Reino Unido está a planear lançar uma campanha onde o objetivo é apelar ao altruísmo da população, mas também fazer com que esta entenda que o caminho da vacina pode ser essencial para a saúde de cada um.
O facto de algumas figuras públicas tomarem a vacina publicamente, é uma das formas encontradas para fazer com que a população britânica se sinta encorajada a seguir o mesmo caminho. Está já em cima da mesa a possibilidade de o primeiro-ministro, Boris Johnson, e a Rainha Isabel II tomarem a vacina em direto.
Ainda assim, e apesar destes esforços em prol da saúde pública, os incentivos podem não ser suficientes para convencer os britânicos. As autoridades de saúde já sublinharam que a ampla aceitação da vacina é crucial para deter a pandemia. Vários especialistas dizem que a imunidade populacional pode exigir que pelo menos 70% das pessoas estejam protegidas, seja por infeção anterior ou vacinação.
Uma outra forma que o Reino Unido tem encontrado de mostrar à população os benefícios da vacinação é com a presença de médicos em programas de notícias matinais e em conferências de imprensa, na tentativa de tranquilizar o público.
Stephen Mawdsley, historiador que analisou o papel de Elvis Presley no incentivo aos adolescentes a tomar vacinas contra a poliomielite, disse que as autoridades atuais também podem agir da mesma forma e “usar” figuras mediáticas em prol de um bem maior.
Uma opção em estudo país passa pelo primeiro-ministro. A porta-voz de Boris Johnson, Allegra Stratton, referiu aos jornalistas que líder do Governo está a considerar esta hipótese. “Todos conhecemos o caráter de Boris. Não seria algo que ele descartaria”, referiu.
Penny Ward, investigadora do King’s College London, disse que para já as autoridades não estavam a “bombardear” a população com uma campanha devido à pouca oferta existente no país.
“É um ato de equilíbrio”, disse Ward. “Por um lado, queremos enviar mensagens tranquilizadoras, mas por outro não queremos que as pessoas façam fila nos centros de vacinas quando o país ainda não tem stock suficiente”.
Mas uma coisa é certa para a investigadora, o poder da influência de figuras públicas de peso pode ser crucial para o sucesso do processo de vacinação. “Sei que a minha mãe faria qualquer coisa que a rainha fizesse”, referiu Ward ao The Washington Post.
Este é um método que já está a ser equacionado em outros países do mundo. Nos Estados Unidos, três ex-presidentes – Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton – disseram que há a possibilidade de serem vacinados publicamente. Também a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, afirmou que tomaria a vacina ao vivo na televisão.
Coronavírus / Covid-19
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E a sr.a Dona Isabel II também se vai despir como o prof. Marcelo?
A sua mãe pode ser sra dona. A Rainha… não.
Ana, tem razão no que toca à rainha do RU e Commonwealth. Já as rainhas portuguesas têm direito a esse epíteto. As de Espanha também, julgo eu.
Desculpe, não a vou tratar por dona, porque dona é minha mãe e a rainha, Você ficou ofendida?
Cara Ana Moura / ZAP:
Sugiro a correcção, na última linha do artigo, para “a líder escocesa Nicola Sturgeon”.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.