Em maio, as restrições impostas às celebrações religiosas poderão ser levantadas mas serão pequenas e não vão abranger a maior delas todas: Fátima não vai ter peregrinos.
Esta terça-feira, por teleconferência, oito membros do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) vão decidir de que forma pode a Igreja Católica levantar as restrições impostas devido ao novo coronavírus. As celebrações religiosas estão suspensas desde 13 de março o “regresso a uma nova normalidade” está em cima da mesa.
O primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se esta segunda-feira com o presidente da CEP, D. Manuel Clemente, e no encontro foi ponderada a possibilidade de um abrandamento das limitações. Nem o Governo, nem a Igreja estão dispostos a avançar já para uma abertura total, uma vez que a maioria dos fiéis que assistem às missas são idosos.
Segundo o Expresso, a preocupação mais imediata diz respeito às celebrações de 13 de maio, em Fátima. No início do mês, o responsável pela diocese de Leiria-Fátima, e vice-presidente da CEP, anunciou publicamente o cancelamento das celebrações de Fátima.
D. António Marto explicou que, este ano, não haverá receção de peregrinos no santuário e todas as cerimónias serão transmitidas online e pela televisão. “Não podemos, de modo algum permitir que o nosso Santuário se tornasse centro ou foco de contágio para o país e para o mundo”, disse na altura.
O semanário avança que a posição será para manter. Um porta-voz do Santuário, Carmo Rodeia, confirmou que “o formato anunciado para as celebrações do 13 de maio será mantido, ainda que haja um aligeiramento das medidas de restrição”.
No final do estado de emergência, poderão realizar-se missas, mas cada paróquia deverá garantir que apenas um terço da lotação de cada igreja seja preenchida, devendo ainda todos os fiéis usar máscara. Além disso, admite-se que não seja autorizada a presença de idosos.
Os batizados e casamentos poderão voltar a realizar-se, mas sempre com a recomendação de reduzir o número de presenças ao mínimo indispensável. Quanto à catequese, a Igreja Católica deverá optar pelo fim antecipado deste “ano letivo”.
Os responsáveis católicos admitem ser possível um regresso dos capelães aos hospitais, sobretudo para atender os pacientes que não contraíram o novo vírus, e os funerais serão alvo de uma particular atenção. No entanto, não se sabe em que moldes.
Fonte da Igreja adiantou ao Expresso que “o problema está em encontrar um equilíbrio entre a obrigação de proteger a saúde pública e o direito da família a despedir-se condignamente do seu ente querido”.
No regresso à normalidade possível da Igreja Católica, não será estranho encontrar padres e fiéis de máscara, celebrações adaptadas à nova realidade e igrejas com lotação reduzida. A Igreja quer mostrar, outra vez, que está na linha da frente do combate contra o novo coronavírus.
Coronavírus / Covid-19
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