O ex-secretário-geral socialista Ferro Rodrigues anunciou hoje que apoiará a candidatura de António Costa à liderança do partido e ao cargo de primeiro-ministro e advertiu que a clarificação interna está a ser “adiada” no PS.
Estas posições foram transmitidas à agência Lusa por Ferro Rodrigues, numa declaração em que adiantou que, na quarta-feira, em Lisboa, estará presente na sessão pública de apoio à candidatura do presidente da Câmara de Lisboa.
“Perante a situação do país e do PS, pela primeira vez, desde que deixei de ser secretário-geral do meu partido em julho de 2004, torno público o meu voto em eleições internas. Quando for possível – e nos moldes em que for possível -, votarei em António Costa“, declarou Ferro Rodrigues.
Na sua declaração à agência Lusa, o deputado socialista e vice-presidente da Assembleia da República afirmou-se de acordo com António Costa “sobre a análise do passado, sobretudo em relação ao balanço dos governos socialistas”.
“Estou também de acordo com António Costa sobre a situação atual, porque não se pode aguardar pela alternância e é necessário construir uma alternativa. E estou ainda de acordo com António Costa sobre o futuro”, frisou Ferro Rodrigues.
Segundo o ex-líder socialista, “é necessário que as próximas eleições legislativas, tendo o PS como mola impulsionadora e base, permitam que se construa um Governo com amplo apoio social e político, capaz de na Europa se bater por Portugal”.
Em relação à atual situação interna no PS, Ferro Rodrigues insistiu na necessidade de haver uma clarificação rápida, dizendo que já decorreram “mais de três semanas com o PS em crise“.
“Nessas três semanas agravou-se a situação do país, nomeadamente em termos institucionais, com as reações do Governo às decisões do Tribunal Constitucional e o discurso do Presidente da República no dia 10 de Junho”, criticou o ex-líder socialista.
“Apesar de continuarem os esforços para que o secretário-geral do PS [António José Seguro] tome as iniciativas que permitam a resolução democrática, transparente e rápida desta situação, o tempo vai passando e a clarificação vai sendo adiada”, concluiu.
/Lusa
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