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Florida: FBI ignorou avisos contra “doente mental” que ouvia vozes do Diabo

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Cristobal Herrera / Lusa

Estudantes do liceu de Pine Trails Park, Parkland, Florida, visitam memorial de homenagem aos colegas mortos no tiroteio

O FBI reconheceu esta sexta-feira que recebeu vários avisos sobre Nikolas Cruz e que o trágico tiroteio que reclamou a vida de 17 pessoas numa escola da Flórida poderia ter sido evitado. 

O governador da Florida, Rick Scott, pediu a demissão do diretor do FBI, depois de a polícia federal norte-americana ter admitido que tinha já sido alertada sobre o risco representado por Nikolas Cruz, antigo aluno do Liceu de Parkland expulso por razões disciplinares, que esta quarta-feira matou 17 pessoas a tiro.

Há cerca de um mês, em janeiro deste ano, o FBI foi alertado de que Nikolas Cruz tinha uma arma, que “manifestava desejo de matar” e que era provável que realizasse um tiroteio numa escola. Mas falhas nos protocolos de investigação impediram que a tragédia fosse evitada.

Mas este foi apenas o mais recente de uma série de alertas a que o FBI não deu seguimento – e que poderiam ter evitado o massacre. Segundo a CNN, nos últimos 7 anos a polícia foi chamada 39 vezes a casa de Cruz, que praticava tiro ao alvo no jardim, após denuncias que o descreviam como “doente mental” e pessoa com “distúrbios”.

No início de janeiro, a polícia recebeu uma denúncia de que Cruz tinha manifestado “desejo de matar”, apresentava comportamento errático, publicava mensagens inquietantes nas redes sociais” e poderia “conduzir um tiroteio numa escola“.

Broward County Sheriff's Office

Nikolas Cruz, 19 anos, autor do maior tiroteio de sempre numa escola nos EUA

Segundo a agência Ansa, há cinco meses, um utilizador identificado como “Nikolas Cruz” ameaçou no YouTube que o ia fazer. O alerta foi lançado pelo youtuber Ben Bennight, conhecido como “o fiador” nas redes sociais.

Bennight contactou o FBI em setembro, depois de Nick ter deixado um comentário num dos seus vídeos onde afirmava que viria a ser “um atirador profissional numa escola“. A polícia federal norte-americana confirma ter recebido a informação, mas diz que na altura não foi possível confirmar a identidade do utilizador.

As informações não foram enviadas ao nosso gabinete em Miami e, na altura, não foram conduzidas investigações mais aprofundadas”, esclarece um comunicado do FBI.

O Governador da Florida, o republicano Rick Scott, considera que o “fracasso do FBI em actuar contra o atirador é inaceitável” e exige a demissão de Christopher Way, director da polícia federal norte-americana.

17 pessoas estão mortas, e reconhecer um erro não mudará isso. Um pedido de desculpas nunca trará esses 17 cidadãos da Florida de volta à vida ou confortará as famílias que estão em dor”, diz um comunicado do governador.

Cruz declara-se culpado para evitar pena de morte

Nikolas Cruz vai declarar-se culpado dos 17 crimes de homicídio para evitar ser condenado à pena de morte.

Autoridades do condado de Broward confirmaram a oferta, que no entanto, terá gora que ser aprovada ou rejeitada pelo estado da Florida. Cruz, que sofre de problemas mentais, foi acusado de 17 assassinatos premeditados e está preso preventivamente, a aguardar julgamento.

Toda a gente viu que foi ele o autor destes crimes. Todos sabem, ele admitiu”, afirmou o defensor público Howard Finkelstein, ao jornal “Miami Herald”. “O crime é horrível e isso será reduzido a um problema: o jovem viverá ou morrerá?”, acrescentou.

Vozes do Diabo e um boné de Trump

Nikolas Cruz, de 19 anos, que pertencia a uma milícia supremacista branca, que foi expulso da escola o ano passado depois de confrontos com o actual parceiro da sua ex-namorada, recebeu recentemente tratamento psiquiátrico numa clínica especializada.

Segundo o Observador, o atirador tem uma justificação para ter protagonizado o 18.º tiroteio ocorrido numa escola nos EUA desde o início deste ano: ouviu vozes do demónio a ordenar-lhe que fizesse o tiroteio.

Os alunos que o conheciam descrevem Cruz como um adolescente de caráter volátil, com comportamentos estranhos, que terão feito com que outros alunos terminassem amizades com ele.

Um vídeo publicado no YouTube mostra que as suspeitas que caíam sobre Nikolas Cruz estavam certas. De tronco nu, com um boné a dizer ‘Make America Great Again’, lema usado na campanha de Donald Trump à presidência, pratica tiro ao alvo no quintal de casa.

A sua personalidade de “maluco por armas”, “uma espécie de marginal que não tinha muitos amigos”, levava os seus colegas no liceu de Pine Trails Park, Parkland a dizer que se alguma vez houvesse um tiroteio na escola, seria por Nikolas Cruz. E assim foi.

ZAP //

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1 Comment

  1. Para bem de todos devia haver acompanhamento e apoio a este tipo de situações numa sociedade egoísta e em que os medicamentos e drogas dão muito, por vezes estas pessoas são lobo mas também cordeiro e vitimas de muitas injustiças, solidariedade, deviam evitar estas situações com interligação de serviços, mas muitas vezes quando as pessoas têm dificuldades ficam isoladas e sós. pena para quem morreu inocente, para ele que estragou a sua vida e os funcionários que permitiram passar mas que haverá muitos alertas que não acontece algo

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