O Movimento Doentes pela Vacinação (MOVA) denuncia que há falhas na vacinação contra a pneumonia. Mais de metade dos portugueses que integram grupos de risco não foi aconselhada pelo médico a vacinar-se.
A falha no sistema consta de um inquérito realizado pelo MOVA a propósito da Semana Europeia da Vacinação, que arranca esta quarta-feira.
De acordo com o MOVA, citado pela Rádio Renascença, mais de metade dos portugueses que integram grupos de risco, como doentes crónicos ou população com mais de 65 anos, não foi aconselhada pelo médico a vacinar-se.
Isabel Saraiva, fundadora do MOVA e presidente da Fundação Europeia do Pulmão, admitiu à TSF que os números são preocupantes e aconselha os clínicos a estarem “ainda mais atentos às condições de saúde dos doentes que assistem e acompanham, apostando na prevenção.”
Isabel Saraiva diz que é preciso informar e semear conhecimento entre os profissionais de saúde, mas também entre a população em geral para combater os mitos sobre a vacinação.
“Muitas vezes as pessoas pensam que as vacinas são matéria de infância e juventude e que a partir da idade adulta não há tanta necessidade de vacinas. Por outro lado, as pessoas sabem que a pneumonia é uma doença grave e mortal, mas não passa disso. Há um desfasamento entre o conhecimento que as pessoas dizem ter da doença e o passo que têm que dar para evitá-la”.
Em 2015, Portugal foi o país da UE que registou a maior taxa de mortalidade por pneumonia. A vacina faz parte do Programa Nacional de Vacinação e é dada a crianças e adultos considerados de risco. De acordo com o Público, a Direção-geral da Saúde está a estudar a possibilidade de alargar a vacinação contra a pneumonia a pessoas a partir dos 65 anos.