As últimas semanas têm sido tumultuosas para a empresa de Mark Zuckerberg, que se viu confrontada com os testemunhos de antigos trabalhadores no Senado norte-americano.
As notícias da última semana que resultaram do testemunho, no Senado norte-americano, de Frances Haugen, antiga funcionária da Facebook, deixaram a empresa perante a sua crise de relações públicas mais grave provavelmente desde o escândalo da Cambridge Analytica, há cerca de três anos. A ideia de que a empresa detentora de redes sociais como o Facebook, o Instagram ou o Whatsapp tem conhecimento dos impactos psicológicos que alguns dos algoritmos têm nas raparigas e mesmo assim continua sem os alterar por priorizar os lucros — seguindo-se um apagão de seis horas — provocou inúmeras reações, nomeadamente junto dos utilizadores.
Muitos optaram, tal como sugeriu a capa da revista Time, por desinstalar algumas das aplicações e substituí-las por outras semelhantes a que não estejam associados problemas de privacidade.
Como forma de responder a esta sucessão de problemas, alguns meios de comunicação internacionais sugerem que uma mudança de nome será implementada já nas próximas semanas, a qual fará parte de um conjunto mais amplo de alterações que terá como objetivo redefinir a imagem da empresa e relançá-la numa nova fase de crescimento. Segundo o site Verge, a novidade pode até aparecer mais cedo do que é expectável.
Até agora, a Facebook recusou-se a comentar o tópico, mas há uma certeza que está a ser avançada: a da que a alteração se deverá cingir ao nome da empresa, sendo que a nomenclatura das redes sociais se manterá inalterável. A mudança está em linha com a que a Google operou em 2015, quando também adotou o nome Alphabet, uma forma que encontrou para se distanciar do seu motor de busca e apostar em áreas como carros com condução autónoma, lembra o The Guardian.
Segundo o site Verge, a mudança poderá ocorrer para o termo Horizon, o qual tem vindo a ser usado na apresentação dos produtos de realidade virtual da marca — esta tecnologia é, de resto, a pedra angular da nova estratégia e a palavra escolhida uma referência ao nome. Recentemente, foi anunciada a intenção da marca de Mark Zuckerberg de criar cerca de 10 mil novos empregos no território correspondente à União Europeia, os quais se destinariam, sobretudo, a funcionários que ficarão encarregues de criar o chamado metauniverso (onde as pessoas deverão interagir seja através de realidade virtual seja através de contacto real, com as duas a misturar-se).
Ao que se sabe, a Facebook está também a desenvolver uma plataforma de realidade virtual chamada Horizon Worlds, assim como uma serviço de encontros também com recurso à realidade virtual, com o nome de Horizon Workrooms.
Desde que estabeleceu as suas redes sociais como dominantes na área das tecnologias, Mark Zuckerberg tem se esforçado por garantir que estas assim continuam, mesmo que uma concorrente apresente um produto que consiga reunir a preferência dos utilizadores. A expansão e dinamização do grupo tem sido, por isso, uma das suas prioridades. Desde o início do ano, as ações da empresa cresceram 25%, o que se refletiu num crescimento líquido na ordem dos mil milhões. Recentemente, e no âmbito do apagão do início de outubro, as ações registaram, contudo, uma quebra.
Espera-se que depois da audição no Senado de antigos trabalhadores e responsáveis da empresa, uma nova onda de revelações possa estar a chegar, já que, nos últimos dias, a rede social usou a sua conta de Twitter para acusar alguns meios de comunicação (sem nunca os nomear) de estarem a planear uma campanha contra a empresa — que negou todas as acusações dos seus antigos funcionários sobre a priorização dos lucros em relação ao bem-estar dos seus utilizadores.
Tenho uma sugestão para o novo nome do “livro das caras”: “digital garbage”!!
Talvez: «porcariabook»