Ex-líder do Chega Porto arrasa Ventura. “Catavento e subsídio-dependente para andar de Mercedes”

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José Lourenço / Facebook

José Lourenço, Chega Porto

O ex-presidente da distrital do Chega no Porto, José Lourenço.

O ex-presidente da distrital do Chega no Porto, José Lourenço, lança duras críticas a André Ventura, acusando-o de ser “um catavento de aeroporto” e um “subsídio-dependente para andar de Mercedes e cheio de seguranças”. E garante que vai com ele “a votos”.

“Eu vou a votos contigo porque o Tribunal Constitucional há-de dizer que eu fui suspenso por um órgão ilegal, mas eu vou voltar, não vou para o CDS, que eu sou um homem de causas, e vou contigo a votos“. É, desta forma, que José Lourenço se lança como potencial adversário de André Ventura em próximas eleições para a presidência do Chega.

José Lourenço desfiliou-se do Chega em Abril de 2021 depois de ter sido suspenso pela Comissão de Ética do partido que também propôs a sua expulsão. Cerca de um ano depois, o ex-líder da distrital do Porto lança um ataque feroz a André Ventura num directo no seu perfil do Facebook.

“O André Ventura não é de lado nenhum – nem de direita, nem de extrema-direita”, “é preocupado com ele, somente com ele, e cultiva o culto do eu como qualquer líder de esquerda”, atira José Lourenço.

O ex-militante do Chega também acusa o líder do Chega de viver “numa bolha que parece que está na Síria, sempre cheio de seguranças”. “Um covarde que faz tudo nas costas”, aponta ainda, notando que “é um político do sistema” e “um beto dos subúrbios”, “muito pior do que o Chicão”.

“Subsídio-dependente para andar de Mercedes e cheio de seguranças”

José Lourenço destaca que Ventura se aproveitou da revolta anti-sistema para criar o Chega, mas que, agora, as pessoas “sentem-se enganadas”. “De todos os fundadores do partido, agora já lá não está nenhum”, sustenta, salientando que “parece que tem uma empresa privada e faz o que quer, nomeia quem lhe apetece”.

Neste sentido, o ex-líder da distrital critica a escolha de Cristina Rodrigues, ex-PAN, para assessora jurídica do Chega, considerando que nem ela, nem o próprio Ventura, conhecem o programa do partido.

José Lourenço destaca que Cristina Rodrigues “é completamente o contrário daquilo que o Chega defende“, frisando que é a favor do aborto, da eutanásia, dos direitos LGBT e da “liberalização da droga”.

Segundo o ex-militante, Ventura dá “tachos” e contrata pessoas “a seu bel prazer como se [o Chega] fosse uma empresa de direito privado”. “Tens lá a família Matias toda, irmão, pai e filha”, atira.

Assim, José Lourenço conclui que Ventura está rodeado de “uma cambada de inúteis” que “dependem financeiramente” dele. “Também és um subsídio-dependente, para andar de Mercedes e cheio de seguranças“, acusa ainda.

“Falas dos subsídio-dependentes quando à tua volta só tens subsídio-dependentes – ainda agora contrataste uma”, refere ainda sobre Cristina Rodrigues, destacando que Ventura paga os salários com uma subvenção pública.

“O programa do Manuel Monteiro a quem ele sacou 250 mil euros”

José Lourenço lança farpas a outros elementos do Chega, considerando que Ventura está rodeado de “portugueses de bem longe”.

Um dos alvos das suas críticas é o coordenador do Conselho de Ética, Rui Paulo Sousa, ironizando que é “um homem cheio de ética” que “tem dificuldades em pagar a pensão de alimentos a um filho” porque é “um desempregado, outro subsídio-dependente”.

Também critica o vice-presidente Pedro Frazão que anda a “visitar mesquitas” e fala de Diogo Pacheco de Miranda, considerado o ideólogo do Chega, como “um ideólogo de coisa nenhuma“, “um balão cheio de nada”.

“Aquilo é o programa do Manuel Monteiro a quem ele sacou 250 mil euros, para fazer o partido – e que me meta em tribunal se for mentira – depois fez um copy-paste para o Chega”, refere José Lourenço.

Além disso, acusa Ventura de mandar pessoas “escreveram mal da distrital do Porto” e nota que ele tinha “a ideia de que a filha seria deputada pelo Porto, coisa que eu nunca permiti”, afiança.

Queria-me por cá o pessoal de Lisboa e comigo não dá”, acrescenta, frisando que isso criou “uma cortina de ferro” que levou ao seu afastamento do partido.

“Um partido pidesco”

José Lourenço nota que o Chega é “um partido pidesco”, com “uma polícia da Internet fortíssima” que suspende “quem querem, à hora que querem e da maneira que querem”. “Qualquer pessoa que possa incomodar ou que possa vir a ser candidato, eles suspendem”, atira.

Notando que André Ventura se consegue “vitimizar mais do que o José Sócrates”, José Lourenço refere que o líder do Chega é “um agressor puro”, com “actos pidescos e putinescos”. “E depois és enganado, como o Putin foi, porque ele ouviu o que queria ouvir” sobre uma potencial facilidade da guerra na Ucrânia, destaca.

José Lourenço também refere que Ventura escolheu Rui Afonso para liderar a distrital do Porto por lhe ser mais conveniente, prometendo-lhe “o lugar de deputado”. Note-se que Rui Afonso é um dos deputados eleitos pelo Chega para esta legislatura, “sem saber ler, nem escrever, porque quem escrevia para ele era eu”, assegura o ex-líder da distrital do Porto.

“Defendeste Vieira que nos roubou mais do que todos os ciganos”

Nas críticas a Ventura, José Lourenço nota ainda que este vive “de chavões” e “de discursos pré-concebidos”. “O discurso é sempre o mesmo, redundante, redutor, básico, primário e até primitivo”, nota. “Eras bom para vender numa feira”, diz ainda.

“Ele não tem programa, é um catavento de aeroporto” que actua “conforme dá o vento”, acrescenta sobre Ventura. Também salienta que é “racista” e “xenófobo”, que em Portugal, é “moderado” e que em Bruxelas, “o discurso muda”.

José Lourenço destaca também que Ventura era “um comentador vendido e cartilheiro do Benfica“. “Trabalhavas sob as ordens de Luís Filipe Vieira que tanto defendeste, durante anos, e que nos roubou mais a todos os portugueses do que os ciganos todos juntos”, destaca.

“O Chega era dependente de ti, neste momento, tu és dependente do Chega e as pessoas estão cansadas de ti”, sublinha o ex-militante. “As pessoas querem um líder e tu não és líder”, mas apenas “um parlamentar razoável”, acrescenta, frisando que os militantes “alimentam” o “ego” de Ventura “que é maior do que o partido”.

José Lourenço também garante que tem “provas de tudo” e ameaça publicar “prints” das mensagens que diz ter de André Ventura se este o desmentir.

ZAP //

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