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Ex-funcionário do PS suspeito de desvio de fundos continua no Parlamento Europeu

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O funcionário suspeito de desvio de fundos europeus e de fraude fiscal deixou de assessorar o PS, mas foi contratado por grupo parlamentar socialista em Bruxelas. Segundo o Observador, só assim recebe pensão.

José Alberto Alves Pereira, o funcionário suspeito de, alegadamente, ter desviado cerca de 369 mil euros e ter promovido um esquema de fraude fiscal de cerca de 914 mil euros na delegação do PS no Parlamento Europeu já não trabalha para os socialistas portugueses.

O contrato não foi renovado, mas José Alberto Alves Pereira continua a trabalhar no órgão legislativo da União Europeia (UE) como assessor de uma eurodeputada húngara da Aliança Progressista Socialistas & Democratas (S&D) – exatamente o mesmo grupo parlamentar no PE a que pertence o PS, avança o Observador.

O Chefe da delegação socialista, Carlos Zorrinho, confirmou ao mesmo diário que o contrato de Alves Pereira não foi renovado, pelo que nega qualquer envolvimento do PS nessa contratação.

“Houve um procedimento geral do Grupo S&D autorizado pelo Parlamento Europeu a todos os grupos políticos, dado que em 2009 houve uma alteração do estatuto dos assistentes que atrasou a contagem do tempo de serviço”, garantiu.

Isto significa que faltam alguns meses para Alves Pereira poder requerer a atribuição de uma pensão do PE por 10 anos de serviços prestados, tendo o grupo parlamentar socialista optado por contratar aquele funcionário (e outros na mesma situação), de forma a que não sejam prejudicados nos seus direitos enquanto pensionistas.

Alves Pereira está no Parlamento Europeu desde 1999 mas, para efeitos de atribuição uma pensão de reforma, tal só é possível para os assistentes desde 2009.

A delegação do PS decidiu não renovar o contrato a Alves Pereira que terminou no dia 30 de junho nos termos de uma deliberação tomada no dia 26 de março.

“A delegação suspendeu o seu assistente partilhado de todas as funções relacionadas com o domínio financeiro desde que acedeu aos documentos enviados pelo Observador e até ao total esclarecimento do processo”, tendo designado “um outro gestor de grupos de visitantes”, lê-se na declaração escrita.

O ex-funcionário de PS está agora no gabinete da eurodeputada húngara Klára Dobrev, que pertence ao Grupo S&D, como assistente acreditado. Dobrev é mulher do ex-primeiro-ministro húngaro Ferenc Gyurcsány e uma figura com elevada notoriedade no seu país.

ZAP //

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