Os Estados Unidos são, atualmente, o país do mundo com o maior número de casos de infeções pelo novo coronavírus: mais de 210 mil infetados.
Os Estados Unidos registaram, esta quarta-feira, um novo recorde diário de 884 mortes e de 25.200 pessoas infetadas, de acordo com uma contagem efetuada pela Universidade Johns Hopkins. Esta forte aceleração eleva para 4475 o número total de mortes desde o início da pandemia no país.
Os EUA são, de longe, o país do mundo com o maior número de casos registados (213.372), ainda de acordo com a mesma universidade, que atualiza continuamente os dados.
O número recorde de mortes em 24 horas foi observado, a 27 de março, em Itália (969 mortes).
Ontem, o governador da Florida, Ron DeSantis, ordenou o confinamento dos 21 milhões de habitantes para travar os efeitos da propagação do novo coronavírus. Neste estado norte-americano foram registados cerca de sete mil casos e 85 mortes.
Até agora, cabia aos condados estaduais tomar ou não a decisão de aplicar uma medida de contenção, e o governador da Florida, um fiel apoiante do Presidente Donald Trump, tinha sido criticado pelo laxismo na resposta ao combate contra o coronavírus.
Mais de 80% da população dos Estados Unidos está, neste momento, sob medidas restritivas de confinamento.
Espanha ultrapassa as 10 mil mortes
Espanha registou nas últimas 24 horas mais 950 mortes com o novo coronavírus, alcançando um total de 10.003 vítimas mortais, enquanto há 8102 novos infetados, num total de 110.238, segundo a última atualização das autoridades sanitárias.
Na totalidade, já passaram ou estão em unidades de cuidados intensivos 6.092 doentes. Por outro lado, 26.743 tiveram alta e são considerados como curados.
O país registou, em março, um aumento de 302.265 desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego, alcançando um total de 3,54 milhões, o maior aumento da sua história.
Por outro lado, segundo os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, Migrações e Segurança Social, 833.979 pessoas deixaram de descontar para a Segurança Social, o que também significa a maior descida mensal do número de inscritos, que no final de março eram 18,4 milhões de pessoas.
A média mensal (que normalmente é fornecida) do mês passado indica uma diminuição de 243.469 inscritos, um número, explica o Ministério do Trabalho, que não reflete rigorosamente o que aconteceu em março como um todo, uma vez que o impacto da pandemia de coronavírus começou a ser percetível a partir de 12 de março.
Mais de seis mil novos casos num dia na Alemanha
A Alemanha, por sua vez, registou 6156 novos casos em apenas um dia, somando 73.522, de acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), que dá conta de 872 vítimas mortais, um aumento de 140.
A página oficial da entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças indica ainda que a Baviera, a maior região do país, onde foi descoberto o primeiro infetado de covid-19, é agora a que regista mais casos (18.496) e maior número de vítimas mortais (268).
A Alemanha prolongou, esta quarta-feira, as medidas de contenção, pelo menos até 19 de abril, altura em que as escolas e jardins infantis deveriam reabrir. A chanceler Angela Merkel remeteu para essa altura uma nova avaliação da situação, realçando que a “pandemia não conhece férias”.
Ministro da Saúde de Israel infetado
Segundo o jornal The Times of Israel, o Ministério da Saúde de Israel anunciou que o ministro Yaakov Litzman e a mulher, Chava, estão infetados com o novo coronavírus, acrescentando que ambos estão bem.
O governante e a esposa vão agora ficar de quarentena e todos aqueles com quem tiveram contacto nos últimos dias vão ser informados para ficar em isolamento.
O ministro, de 71 anos, é o mais velho governante do Executivo israelita a ser diagnosticado com a doença.
O mesmo jornal aponta que Litzman tem tido reuniões com Benjamin Netanyahu. O primeiro-ministro acabou de sair do isolamento preventivo, depois de uma conselheira sua ter contraído o vírus.
Neste momento, Israel tem mais de seis mil infetados e 26 vítimas mortais.
Grécia impõe quarentena em campo de refugiados
De acordo com o Ministério das Migrações, durante os próximos 14 dias fica totalmente proibida a entrada e a saída do campo de refugiados de Ritsona, situado a 75 quilómetros a noroeste da capital grega.
A decisão foi anunciada após ter sido detetado um primeiro caso de covid-19 numa refugiada de origem africana que deu à luz no hospital Alexandras de Atenas e que se encontrava em Ritsona. O bebé, que nasceu no sábado passado, encontra-se bem de saúde, não apresentando sinais de infeção.
Na quarta-feira, equipas médicas do Departamento Nacional de Saúde Pública fizeram testes a 63 pessoas que tinham estado em contacto com a mulher, tendo confirmado 20 casos de contágio até ao momento.
As autoridades sanitárias continuam a submeter a testes médicos os 2200 refugiados que vivem em contentores repartidos pelos três setores do campo de Ritsona. A polícia reforçou a segurança do local para impedir entradas e saídas.
O Governo grego anunciou a criação de espaços para quarentena nos campos, mas as organizações humanitárias receiam uma propagação descontrolada da pandemia e, por isso, pedem a evacuação imediata do centro de refugiados como o de Moria, onde estão cerca de 20 mil pessoas.
Em Moria, há apenas um quarto-de-banho para 200 pessoas e uma “torneira com água potável” para cada grupo de 1300 refugiados”, disse o diretor da organização Médicos Sem Fronteiras – Grécia, Vasilis Stravaridis.
“Com estas condições, não existe um plano de organização em caso de contágio, apenas esperança de que isso não aconteça“, afirmou o médico sobre o campo de Moria.
O Ministério das Migrações anunciou, entretanto, outro caso de contágio entre os refugiados do campo que foi instalado em Kilkis, no norte da Grécia. Trata-se de uma mulher grávida que tinha sido internada no hospital da cidade.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 905 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 46 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 176.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 490 mil infetados e cerca de 33 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos.
ZAP // Lusa