A polícia de Berlim, na Alemanha, encomendou 200 mil máscaras cirúrgicas a uma empresa americana. Porém, foram “confiscadas” em Banguecoque, na Tailândia, e desviadas para os Estados Unidos.
O ministro do Interior de Berlim considerou o ato como uma forma de pirataria moderna.
Este acontecimento ocorre na mesma altura em que a administração Trump exigiu à mesma empresa, a 3M, que deixe de exportar ventiladores para o Canadá e para a América Latina. Dos cem mil milhões de máscaras cirúrgicas produzidos pela 3M todos os meses, dois terços são feitos fora dos Estados Unidos.
De acordo com o semanário Expresso, a 3M diz que lhe foi ordenado, ao abrigo de uma lei de Defesa que data do tempo da guerra da Coreia, em 1950, que desse prioridade às encomendas da agência de emergências do governo federal americano e que enviasse para os Estados Unidos uma quantidade maior dos ventiladores que fabrica no estrangeiro.
A 3M é um “fornecedor crucial de respiradores” e poderá levar a retaliações que levariam a uma redução do número de equipamentos nos EUA.
Outros países também têm criticado os Estados Unidos por atos agressivos semelhantes. Líderes regionais francesas, por exemplo, queixam-se de os norte-americanos oferecerem mais dinheiro, pago mais rapidamente, quando há um fornecimento de máscaras e outros equipamentos disponíveis no mercado.
Mas os Estados Unidos não são os únicos. França apreendeu quatro milhões de máscaras que uma empresa sueca transportava da China para a Espanha e Itália no início do mês. Além disso, França apreendeu 680 mil máscaras com destino à República Checa que, por sua vez, apreendeu um lote semelhante com destino a Itália.
A ministra das Relações Exteriores de Espanha também revelou que as autoridades da Turquia retêm em Ancara um avião oriundo da China com ventiladores.