Contra a vontade da Ordem, estudantes de enfermagem já fazem inquéritos epidemiológicos

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Já há estudantes de enfermagem a realizar inquéritos epidemiológicos da covid-19, cerca de duas semanas depois desta medida ter sido anunciada pela Direção-Geral da Saúde para reforçar estas equipas.

De acordo com o jornal online ECO, cerca de 15 dias depois de a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, ter anunciado que estudantes finalistas de enfermagem iam reforçar as equipas que realizam os inquéritos epidemiológicos da covid-19, já há alunos a fazer rastreios.

É o caso de vários estudantes da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL): alguns já estão no terreno, enquanto outros ainda estão a receber formação na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

“A ESEL está a articular com a ARSLVT e os seus ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] no sentido de que os estudantes, a realizar Ensino Clínico nos ACES desta região de saúde, possam colaborar na realização de inquéritos epidemiológicos, de forma integrada, nas suas atividades de estágio, havendo já várias situações em que essa colaboração está a acontecer”, confirmou ao jornal digital fonte oficial desta escola.

Na altura em que esta medida foi anunciada, a Ordem dos Enfermeiros (OE) manifestou, desde logo, a sua “frontal oposição”, alegando que existem centenas de enfermeiros desempregados que poderiam ocupar estes lugares.

“Em apenas três dias, os primeiros dados deste inquérito, que continua em curso, mostram que há, pelo menos 412 enfermeiros desempregados com disponibilidade imediata, dos quais 300 nunca foram contactados e cerca de 100 recusaram as atuais condições contratuais oferecidas pelas instituições, nomeadamente os contratos de apenas quatro meses, situação para a qual a OE tem vindo a alertar”, defendeu em comunicado.

Na mesma nota, a OE defendeu que “a situação epidemiológica em que nos encontramos exige que o Governo defina uma estratégia para a Enfermagem em Portugal, na qual se contemplem medidas de valorização profissional, com vista à fixação dos mesmos e que incentivem o regresso dos milhares de profissionais que se encontram emigrados, depois de em 2019 mais de quatro mil profissionais, o maior número de sempre, ter solicitado declarações para exercício profissional no estrangeiro”.

Tal como recorda o ECO, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, foi questionado sobre o assunto na semana passada, tendo explicado que a bastonária desta Ordem, Ana Rita Cavaco, já disponibilizou ao Governo “uma bolsa ao nível de profissionais de saúde e enfermagem”, que serão “com certeza” utilizados pelo Executivo, tal como “outros segmentos profissionais”.

ZAP //

1 Comment

  1. Acho bem ajuda-os aformarem-se mas que o governo não se esqueça que os alunos de enfermagem não são escravos devem de ser pagos pelo trabalho que prestam há Sociedade.

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