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“Senti que era preciso um abanão.” Costa justifica medidas e não descarta “passos dramáticos”

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Mário Cruz / Lusa

Portugal volta a estar em estado de calamidade a partir desta quinta-feira. O nível de alerta traz com ele novas medidas, uma necessidade do Executivo de “enviar um sinal claro” aos portugueses, no sentido de que “é necessário alterar comportamentos”.

No dia em que António Costa anunciou ao país o regresso ao estado de calamidade, Portugal registou mais de dois mil casos de infeção.

Em declarações ao Público, o primeiro-ministro rejeitou que as medidas tivessem a ver com “o número mágico” e justificou a decisão com a “situação grave que o país está a viver de subida consistente dos casos” desde meados de agosto.

“Senti muito claramente que era preciso haver um abanão na sociedade”, declarou. “O tempo foi passando, as pessoas foram ficando saturadas, foram-se habituando ao risco ou desvalorizando o risco porque a faixa etária [dos contágios] foi mudando.”

O governante voltou a rejeitar um confinamento geral e insistiu que, nesta fase, a chave da questão encontra-se no comportamento individual. “Se posso jurar a pés juntos que não serão dados passos dramáticos? Não posso. É uma questão de bom senso. Mas temos de o evitar.”

Costa anunciou ainda que estão a ser acionadas “extensões de campanha” em Lisboa, à semelhança do que acontece no Porto. “O Hospital das Forças Armadas já foi reativado e está a ser preparado outro hospital de campanha, em frente ao Santa Maria, na Cidade Universitária. Temos capacidade de resposta.”

Oito medidas

Em relação às oito medidas anunciadas esta quarta-feira no final do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro sublinhou que têm pouco impacto “no emprego, nas empresas e nos rendimentos”, uma vez que o objetivo é reajustar o comportamento da população.

O estado de calamidade entra esta quinta-feira em vigor e estende-se até 31 de outubro. Durante esta fase, o Governo pode tomar as medidas para impedir a propagação do vírus, nomeadamente restrições de circulação e outras “medidas que, em concreto, se venham localmente a considerar”.

  • Os ajuntamentos estão limitados a cinco pessoas na via pública, uma medida que se aplica a outros espaços de uso público e na restauração;
  • Os casamentos e batizados contam agora com uma limitação máxima de 50 participantes, sendo que todos têm de cumprir normas de afastamento e uso de máscara;
  • Estão proibidos todos os festejos académicos nas universidades e politécnicos e outros eventos que não sejam letivos;
  • Haverá um “reforço das ações de fiscalização” das forças de segurança e da ASAE;
  • Multas de 10 mil euros para pessoas coletivas que não assegurem cumprimentos das regras;
  • O Governo recomenda “vivamente” o uso de máscara na via pública e a instalação da app StayAway Covid;
  • Na segunda-feira, o Executivo vai apresentar uma proposta de lei no Parlamento para fixar obrigatoriedade de uso de máscara na via pública sempre que se justificar;
  • Por último, o Governo vai também apresentar uma proposta de lei no Parlamento para que a app StayAway Covid passe a ser obrigatória em contexto escolar, administração pública, laboral, e forças armadas.

Além destas novas regras, mantêm-se em vigor as medidas que dizem respeito ao regime de teletrabalho; à venda de bebidas alcoólicas até às 20h; a proibição de consumo de álcool na rua; o desfasamento de horários e o limite de quatro pessoas por grupo nos restaurantes, cafés e pastelarias a 300 metros de escolas.

“Precisamos de estabilidade nessas matérias”, justificou o primeiro-ministro.

LM, ZAP //

19 Comments

  1. Ninguém acha estranho que, quando havia 100/200 casos diários, havia +/- 30 mortes dia “por covid” e hoje com 2000 casos dia o número de mortes seja 10/18?
    Ninguém acha estranho que se torne obrigatório o uso de mascara na rua, ao mesmo tempo que se reduz o tempo de confinamento a quem testa positivo?
    Ninguém acha estranha a contra informação dada pelos orgaos responsáveis pelo combate à “pandemia”? Ora o vírus sobrevive nas superfícies, inclusíve solas dos sapatos :)) e se transmite assim, ora a transmissão é por contacto direto, ora devemos usar sempre mascara ou não, o medicamento é um sucesso ou não à provas…
    Ninguém acha estranho que o vírus tenha surgido em Wuhan, (Outubro, Novembro), só em Julho tenha chegado a Pequim com o confinamento de 11 bairros e no entretanto, tenha atingido todas as regiões de Portugal, de reguengos a Bragança, maioritariamente lares de idosos onde as pessoas, por defeito, já estão confinadas?
    Ninguém acha estranho que, na China, um assintomatico seja excepção e em Portugal, ser assintomatico, seja a regra?

    • Nada do que refere é estranho se estiver minimamente informado. Claramente não é o seu caso, até porque algumas das coisas que afirma nem sequer têm correspondência com a realidade.

      Interessante seria saber qual é o seu propósito com este tipo de comentários. É simplesmente ignorante, ou é pago por alguém para tentar destabilizar uma situação já de si nada fácil?

    • Ja foi explicado pelos médicos que o aumento resulta do aumento de testes em relação a algum tempo atras (10x mais), esta informação é pouca difundida porque a comunicação social e não só, gosta de uma boa dramatização.

    • Estranho é alguém, com acesso na Internet, ser tão ignorante!!
      Pensar também não é o teu forte…
      Tens sequer noção que o vírus se vai mudando?
      +_30 mortes em 100/200 casos diários; de quantos testes??
      Pois… de 2000 testes/dia para 20.000/dia ainda vai alguma diferença; não??..

  2. O código associado a um paciente que dê positivo para covid19 deveria ser inserido automaticamente no sistema para que a aplicação realmente seja útil e não só se o paciente aceitar introduzir o código!
    Só assim faz sentido a obrigatoriedade da aplicação!
    Não estamos numa situação em que possa haver escolhas!

  3. Pessoalmente lamento a necessidade do “abanão” quando não me sinto minimamente responsável pelas manifestações do “Chega”, do Bloco de Esquerda, do “Avante”, de Fátima enfim… Fazem como querem sobra-lhes tempo e quem paga é sempre quem (assumindo todos os riscos), diariamente se desloca para o seu trabalho apenas e só porque no fim do mês precisa comer e tem contas para pagar.
    De um “Abanão ” estão a precisar todos os nossos políticos que têm a desfaçatez de nos deixar sempre à deriva…. Vão fazer o quê???? Um Natal virtual como foi a Páscoa apenas porque é uma celebração de família????? Pois é meus senhores… Só podemos estar 5 pessoas juntas de cada vez… Porquê???? O vírus vem com a 6ª (ironizando, como é óbvio) ou um povo que se junta e debate ideias é demasiado perigoso???????????

      • O uso da expressão “bailarina indiana e histérica” pelo Carlos foi tão xenófoba como entrar em um restaurante e pedir um “cozido à portuguesa”, uma “creme catalana” ou até mesmo uma “Francesinha”.

        Tenha lá a paciência de não querer criar confusão onde ela não existe, já nos basta o pânico criado pela CS sobre a alegada pandemia.

  4. Estou a ver que anda por aqui muita gente indignada… Ó Tonys então em 2015 antes das eleições a esquerdalha não vos disse que queriam fraturar a sociedade?? Estais à espera de quê? E isto é só o princípio…

  5. Completamente de acordo consigo Nuno Alves. Estas teorias da conspiração já enjoam e são, elas sim, veículo de desinformação. Quando se quer ser mais cientista que os cientistas em prol de não lhe ser retirado o conforto…dá nisto. Iluminados (só que não)…

  6. quanto ao trabalho, não percebo porque não se promove mais o teletrabalho! recomendem-no ao menos! ou tornem-no obrigatório para todas os trabalhos que não exijam presena física, os digitais e tal…

    Porque obrigar aqueles que podem trabalhar em casa, a arriscarem-se e potencialmente serem factores de risco para os outros também?

    Não vejo muita lógica nas medidas constantes de “o povo é que paga” pelas ineficácias governamentais. Já não bastava aqueles que nunca tiveram possibilidade de pedir empréstimo para um teto andarem a pagar bancos falidos?

    No caso do COVID, acrescente-se a palhaçada de: há que controlar mas voltemos ao local trabalho aos milhares que é preciso socializar (à distância, claro) e já agora, mantenham a distãncia de segurança de metro e meio em transportes apinhados de gente – à palhaçada das recomendações contraditórias das instituições de saúde e à obrigatoriedade de fazer plantão há porta do centro de saúde para obter uma receita médica, mostrar um exame ou tentar, em vão, comunicar com o médico de família e voila, temos o circo completo quando se ouve dizer que a rsponsabilidade é individual e rcomendamos o uso de máscaras!

  7. Esta politiquice parece-me uma afirmação clara de uma ditadura implantada, até já existe o “ministério da propaganda” à Hitler.
    Anda-se a fazer lavagem cerebral ao povo criando o pânico generalizado com base nesta falácia.
    Fale-se verdade, expliquem o caso dos infectados assintomáticos que vão para confinamento sem qualquer medicamento, não existe medicamentos para quem não tem “sintomas” (podiam experimentar uns placebos, a cura seria mais rápida), e ao fim de algum tempo estão curados, o vírus “morreu de tédio”? E são tantos os casos positivos assintomáticos…
    Expliquem porque existem 33000 casos activos e apenas 1000 internados, porque motivo 32000 estão confinados e, no máximo, tomam paracetamol ou ácido acetilsalicílico.
    Expliquem porque motivo temos que usar “açaime” na rua quando estamos longe de outras pessoas e, ao cruzarmonos com estes, não estamos perto o tempo suficiente para o contágio se fazer, como é critério na StayAway.
    Expliquem porque querem tornar obrigatório o uso de uma aplicação que rastreia os nossos passos, não chega já a factura com número de contribuinte, que até dá prémios, para saberem onde estamos e o que gastamos?
    Tem também o IVAucher, vão saber onde comemos dormimos e outras informações com base num prémio, qual “cenoura dependurada na frente de um burro.
    Estou muito triste com o rumo que eu vejo o meu país tomar, mas esta é apenas a minha opinião.
    Sei que vou ser muito contestado com esta minha opinião, só peço que não sejam ofensivos.

  8. Caro ZAP:
    Gostaria que me dissessem porque motivo o meu comentário desapareceu, será que tem conteúdo inapropriado?
    Se sim, qual.
    Já enviei duas vezes e não aparece por aqui.
    Obrigado
    Cumprimentos
    José Raul

    • Caro leitor,
      O comentário em causa parece ter sido reprovado automaticamente pelo AKISMET, o mecanismo de anti-spam que usamos.
      Presumivelmente tal terá acontecido por ter referências a nomes de medicamentos, ou, menos provavelmente, a uma personalidade histórica controversa.
      O comentário foi revisto e aprovado manualmente.

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