Ventura quer “todos em força no Parlamento”, dentro e fora dos corredores, numa ação que está a ser comparada à instigação de Trump à invasão do Capitólio. Polícias insistem nas conversações com o governo em funções.
André Ventura quer uma manifestação de “força” com polícias dentro e fora do Parlamento na próxima quinta-feira para forçar o Governo a aprovar a proposta dos sindicatos da PSP e da GNR.
O Chega prepara-se para apresentar nesse dia uma proposta praticamente igual à da Plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR e quer “todos ao parlamento” pelas 15h de dia 4 de julho para “debate de projetos-lei no Chega no Parlamento”, exclamou em mensagens nas suas redes sociais.
“Preciso que venham para o Parlamento, nas galerias e fora do Parlamento, mostrar a força (…) venham do país inteiro”, propôs o líder do partido André Ventura.
Forças de segurança: todos ao Parlamento dia 4 de julho pelas 15h. pic.twitter.com/ijrMJ3q5E8
— André Ventura (@AndreCVentura) June 29, 2024
Está agendada para quinta-feira a discussão, em sessão plenária, de um projeto-lei do Chega que visa determinar “a aplicação do regime de atribuição do suplemento de missão criado pelo Decreto-Lei n.º 139-C/2023, de 29 de dezembro, à Guarda Nacional Republicana, à Polícia de Segurança Pública e ao Corpo da Guarda Prisional”, explica Ventura no vídeo publicado no X, no passado dia 29 de junho.
Rapidamente, as redes sociais encheram-se de comparações aos atos de Donald Trump, acusado de instigar o ataque e invasão ao Capitólio, nos EUA, em janeiro de 2021.
“Ventura apela aos polícias para que entrem pelo Parlamento adentro (…) O Chega tenta intimidar a casa da Democracia”, acusa, de acordo com o Polígrafo, um tweet a 30 de junho.
Para André Ventura, o apelo à presença das forças de segurança a protestar dentro do Parlamento “não é nenhum apelo à desordem”: trata-se de corrigir “uma injustiça histórica” que o Governo já teve três meses para corrigir.
Polícias de pé atrás
O Chega acredita mesmo que as galerias da Assembleia da República “vão estar compostas”, apurou o Diário de Notícias, numa movimentação que “não tem nada de formal e organizativo”, confessa o porta-voz da Plataforma dos sindicatos da PSP, Bruno Pereira, ao jornal.
“Não me parece razoável é que tenha que ser um grupo parlamentar, ou até a Assembleia, a substituir-se ao Governo naquilo que são as suas responsabilidades executivas”, afirma.
“Cabe ao Governo que está em funções resolver este problema”, entenderão, por sua vez, os sindicatos e as associações da GNR, confessa o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) — o maior sindicato da PSP — Paulo Jorge Santos.
“Neste momento temos que esgotar — e é essa a responsabilidade dos sindicatos — o processo negocial com o Governo”, afirma, em concordância com o porta-voz da Plataforma, sublinhando que o PCP, o Bloco de Esquerda e o PAN já desenvolveram projetos de lei para a mesma matéria.
Alínea do Chega não agrada
E haverá até uma alínea na proposta do Chega recusada pelos sindicatos e associações de polícias.
A proposta de Ventura prevê que “a partir de 1 de janeiro de 2027, o aumento do suplemento de risco” seja “indexado ao aumento do vencimento do Diretor Nacional da Polícia Judiciária”, algo que é visto como “um atentado contra a dignidade” das forças de segurança, na visão de Paulo Jorge Santos.
“Não é inédito e não seria criativo ou inovador”, lembra: “O próprio Diretor Nacional da PJ tem o seu valor salarial indexado ao valor salarial do 5.º escalão de juízes desembargadores”.
Para o Chega, a próxima quinta-feira será “a prova dos nove”. Todos os partidos irão pronunciar-se sobre o assunto.
Uma vez mais, a seguir a cartilha Trump / Bolsonaro.
A música desta criatura só serve para embalar quem quer ser enganado.
Que Ventura é o mentor do movimento zero, todos sabíamos, mas que para além disso se quisesse substituir aos sindicatos e com toda a desfaçatez do mundo apelasse diretamente à insurreição das forças de segurança, é demais.
Este homem pretende pôr o país em “convulsão”
Apelo ás forças de segurança que se assumam como tal, e privilegiem a segurança e não coas que o sr, Ventura pretende.
Compor as galerias (todos os lugares ocupados) é diferente de entrar pelo parlamento adentro. Vamos ser sérios.
“Vamos ser sérios” diz um defensor do fachaventureiro! E vergonha na fuça, não?
Acho que o aumento do n.º de votantes deu-lhe volta à cabeça. Vai uma distância enorme entre o desassossego social que ele instiga e a paz que é sempre a base essencial a uma negociação séria. Defender causas justas (como a das forças de segurança) não é o mesmo que instigar ao desrespeito institucional. Assim não Sr. Ventura!
Já agora , podia ir mais longe …… pedir que todas as corporações profissionais , Ciganos e Migrantes incluídos ocupassem o Parlamento ! ……váááá ….. Sr . Populista faça un esforço !
Com m**** dessas esse tipo não vai a lado nenhum. O povo português não gosta de bandalheira. Já lhe bastou o PREC.