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Empresas têm dificuldade em encontrar trabalhadores apesar do desemprego

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A Comissão Europeia afirmou que as empresas da Zona Euro têm dificuldades em encontrar trabalhadores, apesar do elevado desemprego, destacando que há em Portugal um desajustamento entre as competências dos trabalhadores e as procuradas pelas empresas.

Nas previsões económicas da Primavera, divulgadas esta segunda-feira, Bruxelas analisa o desemprego estrutural na Zona Euro e conclui que, “depois da recessão na segunda metade de 2008, o desemprego cresceu e as vagas caíram, indicando um choque negativo da oferta”.

“A recuperação incipiente no final de 2009 foi, no entanto, acompanhada por um aumento das vagas sem uma queda ampla do desemprego, o que pode sugerir que os empregadores estão a ter dificuldades em encontrar trabalhadores apesar do elevado número de trabalhadores à procura de emprego”, lê-se no relatório.

Bruxelas destaca também os “sinais tímidos de recuperação” do número de postos de trabalho disponíveis, que se registaram em meados de 2013, considerando que “o declínio correspondente do desemprego foi apenas limitado”.

No entanto, a Comissão Barroso considera que estes resultados não são suficientes para concluir que houve uma deterioração permanente do mercado de trabalho e que o desemprego estrutural aumentou, apontando que estes resultados podem estar associados a um “ajustamento relativamente lento”.

Desajustamento entre oferta e procura

Entre os fatores que explicam a queda de correspondência entre trabalhadores e empregadores, Bruxelas sublinha o aumento da falta de correspondência das competências laborais.

A Comissão Europeia destaca que em Portugal há um desajustamento crescente entre as características dos trabalhadores à procura de emprego e as necessidades das empresas que contratam.

“Em relação ao papel da falta de correspondência de competências, a evidência demonstra padrões fortes entre os países. O desalinhamento crescente entre as qualidades dos trabalhadores e as qualidades exigidas pelos empregadores levou à degradação da eficiência do mercado de trabalho em Espanha, na Grécia e em Portugal”, segundo Bruxelas.

Por oposição, na Alemanha, um impulso para aumentar a correspondência das competências procuradas e oferecidas ajudou a melhorar a eficiência do mercado de trabalho, refere o documento.

A Comissão Europeia destaca que a parte cíclica do desemprego (a que depende da variação da economia) sugere que “o desemprego pode responder bem à aceleração projetada do crescimento do Produto Interno Bruto”, mas alerta que a deterioração da correspondência do mercado de trabalho “pode traduzir-se num maior desemprego estrutural, com o desemprego cíclico a não ser reabsorvido até ao final do período da projeção”.

Por isso, Bruxelas recomenda que sejam feitos “esforços para melhorar a eficiência da correspondência [do mercado de trabalho] e a empregabilidade dos trabalhadores”, por forma a reduzir este risco.

A Comissão Europeia previu hoje que a taxa de desemprego na Zona Euro atinja os 11,8% este ano e que recue ligeiramente em 2015, para os 11,4%.

Em Portugal, as projeções de Bruxelas apontam para uma taxa de desemprego de 15,4% em 2014 e de 14,8% no próximo ano, acima da média da área do euro nos dois anos.

/Lusa

7 Comments

  1. O titulo aprpriado seria:
    “A dificuldade em encontrarem trabalhadores dispostos a ganhar 400 euros”.
    O aproveitamento da crise é notorio, só um cego não vê isso. Envio curriculos a 2 anos e mesmo indo a entrevistas, dizem que o curriculo é excelente, que supero as expectativas e o pretendido pela empresa, mas…salario minimo!
    Um eletricista, canalizador, carpinteiro, querem pagar o salario minimo mesmo tendo de fazer uma deslocação de 200 km e tendo de pagar estadia etc…

  2. Boa tarde, eu devo dizer porque as empresas não conseguem pessoal qualificado é porque não se investe em formação, é porque se aparece alguém que se quer formar os patrões não estão dispostos a colaborar, a tendencia das pessoas é serem elas mesmo e quem contrata deve aceitar que as pessoas estão mais evoluidas, sendo que compete ao estado criar condições para que haja formação a todos os níveis com o apoio das entidades empregadoras por isso meus senhores, formação, formação é a palavra de ordem deixemo-nos de pensar que sendo uma pessoa com mais de 30 anos já não tem capacidade para trabalhar, isso sabe a falcidade as pessoas empregadoras não querem assumir responsabilidadese acham que quem tem mais de 30 anos é um peso, mas não esqueçam a experiencia é um factor de desenvolvimento e quanto á produção abram mais fabricas e ponham-nas a trabalhar a 100% com turnos, mercado os administradores que o procurem pois é para isso que exercem cargos de chefia, mais não digo etc…

  3. As empresas não querem trabalhadores, querem é escravos. Sim porque neste século há um novo tipo de escravidão. Aproveitam-se desta crise para aumentar a carga laboral, com um salário de miséria ( aumentos nem vê-los) e ainda por cima a amedrontar os trabalhadores com o desemprego. Existe uma diferença enorme nos ordenados, porque quem realmente trabalha nas empresas recebe uma miséria e os que ganham bem, como diz o bom português:,” só gosta de mandar postas de pescada”.

  4. Isto não é notícia. Isto seria notícia se os empregadores, em vez de oferecerem o salário mínimo nacional (ou por vezes até menos…), tendo os seus funcionários por vezes ter que fazer 50 a 70 kms só para chegar ao local de trabalho, lhes oferececem um salário adequado ao posto e às exigências do mesmo. Por isso…

  5. “Desajustamento entre oferta e procura”
    Sinceramente nem sei o que diga… ou melhor até sei!!!
    As empresas têm dificuldade em encontrar trabalhadores ou será melhor dizer que as empresas têm dificuldades em encontrar quem queira ser explorado?? … porque sinceramente esta sim é a realidade que se vive!
    O que me parece surpreendente é que, independentemente da área, diariamente somos confrontados com verdadeiros atentados à auto-estima de um verdadeiro profissional que por ironia do destino teve a infelicidade de ficar desempregado e se tem de sujeitar a ser humilhado com as ofertas que vê no jornal ou no IEFP. Mais surpreendente ainda é ser do conhecimento geral e ninguém fazer nada!!!
    Este sim devia ser o principal enfoque de estudo da Comissão Europeia para a verdadeira causa do desemprego em Portugal!
    Fica uma sugestão…. que tal lerem as propostas que constam nos Centros de Emprego? Podia ser um inicio!

  6. Não estou de acordo com esta noticia, pelo simples facto de eu procurar e querer trabalhar, como tenho 52 anos seja qual for a firma empregadora não me aceitam as inscrições, as únicas propostas são sempre as mesmas em que a idade não conta e o meu perfil serve, (vendas porta a porta), ou do instituto de emprego, que me enviam ofertas e propostas de cursos mas, a pagar do meu bolso, ou seja, como desempregado de longa duração e sem receber um cêntimo ainda tenho que pagar para ter uma formação e depois terei trabalho ou apenas mais um papel no bolso??? como sobrevivo?, graças ao entulho que muitos portugueses deitam fora e um biscato de vez em quando. E esta heimmmmmm.

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