Martin Shkreli está preso desde setembro de 2017, condenado por fraude financeira, entre outros crimes. Mas parece que ainda está a dirigir a sua empresa atrás das grades.
De acordo com um relatório do The Wall Street Journal, Shkreli está “a trabalhar num grande segundo ato”. Shkreli não tem o mesmo poder que outrora teve como fundador e CEO da Turing Pharmaceuticals AG. Por um lado, a empresa foi renomeada como Phoenixus AG, para se distanciar de Shkreli.
No entanto, o WSJ sugeriu que Shkreli “ainda ajuda a dar os primeiros passos”. Usando um smartphone contrabandeado da sua cela na prisão, o envolvimento de Shkreli chegou a ponto de alegadamente ter demitido o CEO Kevin Mulleady,.
Shkreli gastou muito do seu tempo livre a pesquisar doenças e produtos farmacêuticos, planeando adquirir mais drogas e investir em pesquisa e desenvolvimento. Se os cálculos de Shkreli se mantiverem, Phoenixus poderia valer 3,3 mil milhões de euros quando se tornar um homem livre em 2023.
Shkreli, ainda acionista da empresa, está a ser investigado pelo FBI por continuar envolvido na empresa. O WSJ não conseguir entrevistar Shkreli na prisão, mas o relatório observa que o manual do recluso carcerário proíbe “conduzir um negócio“.
Martin Shkreli foi dado como culpado de três crimes dos oito crimes que estava acusado – fraude financeira, conspiração para cometer fraude financeira e conspiração para realizar transferências fraudulentas – e enfrentava uma pena que podia chegar aos 20 anos.
O tribunal de Brooklyn, Nova Iorque, deu a conhecer a pena em março do ano passado. O empresário, também conhecido como o “O Homem Mais Odiado do Mundo”, foi condenado a sete anos de prisão.
Shkreli, de 34 anos, ficou conhecido em 2015, quando adquiriu a patente de um medicamento para combater doenças como a SIDA, o cancro ou a malária e multiplicou o seu preço em mais de 5.500%.
Foi detido, meses depois, por suspeitas de fraude com valores mobiliários no fundo de investimentos MSMB Capital Management, uma das empresas que fundou e que entretanto abriu falência por milhões de dólares de prejuízo.
O empresário vem de uma família de imigrantes albaneses e croatas, que ganharam a vida a trabalhar nas limpezas. Shkreli criou o fundo de investimento em 2006, enriqueceu em Wall Street e, anos mais tarde, chegou a ser incluído na lista da Forbes como um dos investidores de maior sucesso com menos de 30 anos.
Na Retrophin, empresa de biotecnologia que fundou em 2011, Shkreli aumentou também os preços de um outro medicamento, chamado Thiola, que permite tratar pedras nos rins resistentes a outras formas de tratamento, aumentando o preço de 1,50 para 30 dólares por comprimido.
ZAP // Fortuna