O empresário mais odiado do mundo é culpado e arrisca 20 anos de prisão

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House Committee on Oversight and Government Reform / Wikimedia

Martin Shkreli, CEO da Turing Pharmaceuticals – para alguns, O Homem Mais Odiado do Mundo

Martin Shkreli tem 34 anos e é considerado o homem mais odiado do mundo. Foi dado como culpado em três crimes de fraude e enfrenta agora uma pena de prisão que pode ir até aos 20 anos.

Martin Shkreli tornou-se conhecido em 2015 como o empresário mais odiado do Mundo, quando adquiriu a patente de um medicamento para combater doenças como a Sida, o cancro ou malária e aumentou o seu preço em mais de 5.500%.

Agora, o empresário de 34 anos pode enfrentar uma pena de até 20 anos de prisão, depois de ter sido considerado por um tribunal de Nova Iorque culpado de três dos oito crimes de que estava acusado – fraude financeira, conspiração para cometer fraude financeira e conspiração para realizar transferências fraudulentas, afirma o Público.

Foi ainda acusado de se ter apropriado ilegalmente de acções da empresa de biotecnologia Retrophin, que fundou em 2011, usando-as para pagar dívidas de outros negócios, quando também geria o fundo de investimento MSMB Capital Management, que perdeu milhões de dólares. No entanto, o empresário foi agora ilibado desta última acusação.

Conhecido pelo seu tom provocatório, antes do início do julgamento, que durou quase um mês, Shkreli afirmou aos jornalistas que era “tão inocente que no fim o juiz, o júri e os procuradores que o levaram ao banco dos réus iriam pedir desculpa” – coisa que não cheou a acontecer.

Durante o julgamento, a acusação sustentou que o empresário mentiu aos investidores do MSMB sobre a liquidação do fundo, inventando grandes lucros quando, na verdade, o fundo que liderava estava prestes a colapsar. Como prova, os procuradores divulgaram mensagens de Shkreli dirigidas aos investidores com afirmações que corroboram a teoria da acusação.

Por seu lado, como relata o jornal norte-americano, a defesa argumentou que apenas se comete fraude quando esta é realizada com dolo, ou seja, que Shkreli não teria tido a intenção de enganar ou lesar os investidores, tendo, inclusivamente, saldado o que devia através de acções da Retrophin e dinheiro.

Shkreli vem de uma família de imigrantes albaneses e croatas, que ganharam a vida a trabalhar nas limpezas, mas tiveram um filho que, pouco depois dos 20, enriqueceu em Wall Street. Donald Trump chamou-lhe “um miúdo mimado” depois de ter aumentado o preço do Daraprim mais de 55 vezes.

Na Retrophin, Shkreli aumentou também os preços de um outro medicamento, chamado Thiola, que permite tratar pedras nos rins resistentes a outras formas de tratamento, aumentando o preço de 1,50 para 30 dólares por comprimido.

ZAP //

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