Empresário de Espinho incrimina ex-autarca socialista e ex-vice parlamentar do PSD

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Manuel de Almeida / Lusa

O deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira

Após um novo interrogatório que demorou “horas”, o empresário Francisco Pessegueiro prestou declarações que incriminam o ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis, do PS, e o ex-vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Joaquim Pinto Moreira.

Foi o próprio Pessegueiro que pediu para ser ouvido na ânsia de poder sair do Estabelecimento Prisional do Porto, em Custóias, onde está em prisão preventiva, há cerca de dois meses.

Este “interrogatório complementar” no âmbito da Operação Vórtex foi realizado em Março passado e “durou várias horas”, de acordo com o Público.

O empresário de Espinho, a figura central do processo, incriminou os dois antigos presidentes da Câmara de Espinho que são arguidos no caso, o socialista Miguel Reis e o social-democrata Joaquim Pinto Moreira, como apurou o mesmo jornal.

Acusado de quatro crimes de corrupção activa, “Pessegueiro terá reconhecido ter entregado cerca de 55 mil euros a Miguel Reis, parte dos quais, terá insistido, seriam para pagar uma comissão pela ajuda deste na venda de um imóvel”, reporta o Público.

Este facto terá ocorrido antes de Reis ter tomado posse como presidente da Câmara de Espinho, em Outubro de 2021. Mas a comissão só terá sido paga depois disso, ainda segundo a mesma fonte.

Pessegueiro terá admitido que pagou “subornos” ao então presidente da Câmara socialista “para este facilitar o licenciamento de obras suas no concelho”, refere ainda o Público.

No caso de Pinto Moreira, Pessegueiro terá realçado que o ex-vice-presidente do grupo parlamentar do PSD lhe pediu “50 mil euros para garantir o andamento rápido dos processos urbanísticos da Construções Pessegueiro na Câmara de Espinho e ignorar a fiscalização das obras”.

Pinto Moreira suspendeu o mandato como deputado na Assembleia da República e deixou a vice-presidência do grupo parlamentar do PSD depois de ser alvo de buscas. Agora, está a tentar impedir o Ministério Público (MP) de aceder aos conteúdos dos seus computador e telemóvel, invocando o sigilo profissional.

Miguel Reis está, desde Janeiro, detido, em prisão preventiva, no Estabelecimento Prisional anexo à Polícia Judiciária do Porto.

Pessegueiro pretendia sair da prisão de Custóias com este novo interrogatório, mas o MP pediu que ficasse em prisão domiciliária. Após a juíza ter aceitado esta sugestão, impondo o pagamento de uma caução de 107.500 euros, o empresário recorreu para o Tribunal da Relação do Porto.

ZAP //

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