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Empresa de segurança da Urban Beach cessa contratos com estabelecimentos noturnos

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António Pedro Santos / Lusa

O Ministério da Administração Interna ordenou o encerramento da discoteca Urban Beach, em Lisboa

A empresa de segurança privada PSG, empregadora dos vigilantes que agrediram clientes da discoteca lisboeta Urban Beach, anunciou este sábado que vai rescindir todos os contratos com estabelecimentos de diversão noturna para “se distanciar de situações semelhantes”.

“Por ter plena consciência da gravidade dos factos ocorridos a 1 de novembro e por respeito à sua equipa de colaboradores, aos seus clientes, bem como ao público em geral, a administração da PSG, dentro da responsabilidade social que lhe cabe, deliberou que irá cessar todos os contratos referentes a estabelecimentos de diversão noturna, com a finalidade de se distanciar de situações semelhantes, já que, malogradamente, não conseguiu evitar as ocorridas”, declarou a empresa em comunicado.

A PSG fez, no entanto, questão de esclarecer que a segurança de estabelecimentos de diversão noturna representa apenas “cerca de 3% do volume de negócio da empresa, sendo que os restantes 97% respeitam a clientes institucionais, públicos e privados, com relações contratuais duradouras”, lê-se no comunicado.

A empresa de segurança explicou que se manteve em silêncio nos últimos dias “para permitir que os órgãos de polícia criminal e demais entidades responsáveis possam realizar o seu trabalho, sem qualquer tipo de interferência, colaborando ativamente em tudo o que lhe foi solicitado”, mas considerou agora importante informar que, assim que tomou conhecimento das agressões, “instaurou de imediato os necessários processos disciplinares e suspendeu preventivamente os trabalhadores envolvidos no incidente”.

Além disso, embora afirmando “entender que é obrigação dos órgãos de comunicação social informar e alertar a comunidade para a gravidade da situação e a necessidade de serem tomadas medidas para impedir este tipo de comportamentos”, a empresa repudiou “a constante ligação que tem vindo a ser feita entre os acontecimentos e a atividade desta sociedade”.

A PSG é uma empresa de segurança privada, com dez anos de existência no mercado, devidamente licenciada e certificada, que emprega perto de mil trabalhadores, distribuídos por centenas de postos de trabalho, sendo, consequentemente, responsável socialmente pelo seu bem-estar e das suas famílias”, frisou.

No total, a PSP deteve três seguranças privados por suspeita de envolvimento nas agressões a três pessoas que se encontravam nas imediações da discoteca Urban Beach na madrugada de 01 de novembro, que foram registadas em vídeo e se tornaram públicas.

Hoje ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal, dois deles ficaram em prisão preventiva, indiciados de tentativa de homicídio, e o terceiro, acusado de crime de ofensa à integridade física, foi libertado, mas ficou sujeito a termo de identidade e residência e proibido de contactar as vítimas e os coarguidos, além de ficar impedido de exercer a atividade de segurança privada.

O Ministério da Administração Interna ordenou o encerramento do espaço na madrugada de 03 de novembro, alegando não só o episódio de 01 de novembro, mas também as 38 queixas sobre a Urban Beach apresentadas à PSP desde o início do ano por alegadas práticas violentas ou atos de natureza discriminatória ou racista”.

A discoteca vai ficar fechada durante seis meses.

// Lusa

2 Comments

  1. Havia 38 queixas na PSP desde o início do ano, mas foi preciso um vídeo na Internet para as coisas acontecerem. Eu acho bem que as autoridade atuem. Só me pergunto quantas outras situações ficam em águas de bacalhau se não houver vídeos na Internet… Parece que fazer queixa na PSP não serve de muito, se calhar deviam também investigar porque é que 38 queixas na PSP não foram sufientes para fechar o local e deter os agressores.

  2. Zé: Agora é que o menino disse tudo…
    País de cocó este.
    Só me espanta é como é que os seguranças depois de baterem em dezenas de pessoas ao longo dos meses não apanharam um maluco das favelas do Rio de Janeiro.. Aí iriam de certeza sentir o peso do “ferro”

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