Nas redes sociais corre um vídeo que mostra um jovem a ser agredido com murros e pontapés pelos seguranças da discoteca Urban Beach, em Lisboa. A administração já lamentou o sucedido e disse ter tomado medidas para afastar a equipa de segurança.
As autoridades já estão a investigar os episódios de violência à porta da discoteca Urban Beach, em Lisboa, que ocorreram na madrugada de quarta-feira.
Nas imagens, um grupo de três seguranças aparece a agredir brutalmente clientes do espaço.
As equipas de investigação criminal da PSP já estão a tentar identificar agressores e as vítimas que surgem nos vídeos. Segundo o Expresso, a PSP já confirmou que foi apresentada uma queixa por agressão, por parte de um cliente da discoteca.
O autor da queixa não será a vítima que aparece nas imagens, mas queixa-se também de ter sido agredido e insultado no interior do estabelecimento, embora com menos gravidade.
Paulo Dâmaso, presidente do Conselho de Administração do Urban Beach, considerou a situação “lamentável e repugnante”, de acordo com o Público.
Segundo o próprio, a equipa do Urban Beach não se revê na atitude dos seguranças, que são contratados através de uma empresa de segurança e vigilância, adiantando ainda que tudo aconteceu depois de o estabelecimento já estar encerrado e que já tomou medidas jurídicas para os “afastar de imediato”.
“Não é importante o que antecedeu as agressões, nada justifica, o que é importante é ressalvar que é uma atitude que lamentamos profundamente”, acrescenta Paulo Dâmaso, apresentando as suas desculpas ao jovem e a todos os que assistiram à situação, ainda que o “ultrapasse por completo”.
Caso reincidente
Em 2014, a denúncia partiu do atleta português e antigo campeão olímpico no triplo salto Nelson Évora que, através das redes sociais, contou que foi barrado à entrada da discoteca por existirem “demasiados pretos no grupo”.
A denúncia de racismo foi feita na noite de segunda-feira, pelas 22h, no Facebook, tendo Nelson Évora escrito que na noite de 19 de abril foi-lhe negada a entrada na discoteca lisboeta Urban Beach por haver “demasiados pretos no grupo”.
A ida à discoteca fazia parte de uma surpresa organizada por amigos do atleta, que tinham mesas pré-reservadas na discoteca.
“Éramos um grupo de 16 pessoas com mesas pré-reservadas e não é que somos surpreendidos pelos responsáveis daquele espaço público. Porquê? Demasiados pretos no grupo“, lê-se no texto escrito pelo atleta.
Nelson Évora considera o caso narrado como racismo e acrescenta que no grupo de atletas estavam Francis Obikwelu, Naide Gomes, Carla Tavares, Susana Costa e Rasul Dabó.
A publicação foi acompanhada de uma foto a segurar uma banana, uma referência ao caso do jogador do Barcelona Daniel Alves, que deu a volta a uma situação de racismo no futebol comendo a banana que lhe tinha sido atirada das bancadas.
Este contexto pode justificar o facto de Nelson Évora denunciar a situação apenas agora, mais de uma semana depois do sucedido, mas o atleta não prestou quaisquer declarações depois da publicação.
Também em agosto, um um grupo de jovens denunciou ter sido agredido por seguranças do espaço noturno, acusando-os de terem tido uma atitude “racista”.
Muitos outros casos não chegaram à imprensa mas são relatados na Internet, onde as denúncias de violência e de racismo somam-se nas redes sociais e em plataformas como o TripAdvisor ou o Google Maps.
Não entendo. Tanta gente a ver e ninguém faz nada
Os seguranças tomam muitos esteróides, isso faz-lhes inchar os músculos e encolher a pila. Depois aparecem lá os pretos com as suas mangueiras, é claro que isso fere o ego dos seguranças. Está tudo bem, isto faz parte da seleção natural.