“Empastelamento total”. Se as eleições fossem hoje, ficaria tudo na mesma (mas Costa perde gás)

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Mário Cruz / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (D), acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa (E)

Se as eleições legislativas se realizassem nesta altura, o PS voltaria a vencer, mantendo a vantagem confortável sobre o PSD, e continuaria a maioria de esquerda no Parlamento. São os resultados mais recentes das sondagens que também revelam que António Costa está a perder popularidade.

Depois da sondagem da Aximage para o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e a TSF ter dado a vitória ao PS, a maioria de esquerda no Parlamento e uma subida da direita nas intenções de voto, há uma nova sondagem que vem no mesmo sentido.

Este novo estudo junto dos eleitores foi feito pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica para o Público, a RTP e a Antena 1 e conclui também que se as legislativas fossem hoje, quase nada mudaria no Parlamento.

Assim, esta sondagem feita entre 29 de Outubro e 3 de Novembro atribui 39% das intenções de voto ao PS e 30% ao PSD. O Bloco de Esquerda soma 7% e CDU (coligação entre PCP e Os Verdes), Iniciativa Liberal e Chega surgem empatados na quarta posição com 5%. Já o PAN tem 3% das intenções de voto e o CDS apenas 2%.

Com estes números, a esquerda mantém-se maioritária com 51% das intenções de voto, um valor idêntico aos 50,76% registados nas legislativas de 2015. Já a direita ganha alguma vantagem, mas fica-se pelos 42% das intenções de voto.

Se as legislativas antecipadas que o Presidente da República marcou para 30 de Janeiro fossem hoje, ficaríamos, assim, exactamente no mesmo ponto em que estamos, o que seria um problema face à ideia de que a geringonça morreu e não tem volta.

Portanto, seria “o empastelamento total”, uma expressão usada por António Costa em 2014, conforme lembra o Público.

A mesma sondagem realizada pelo CESOP dá vantagem a Rui Rio na corrida pela liderança do PSD, pelo que o cenário para as legislativas poderá não ser muito diferente do que aqui é traçado. Contudo, até 30 de Janeiro, ainda muita água vai correr pela ponte.

Belém espera por “acordo de cavalheiros” entre PS e PSD

Certo é que num cenário idêntico ao traçado pela sondagem da Católica, será imprescindível que os partidos cheguem a acordos, pois voltar a chumbar o Orçamento seria “suicida”, conforme sublinham ao Expresso fontes da Presidência da República.

Em Belém, parece imperar a ideia de que o cenário mais provável passa por um entendimento entre PS e PSD, até porque o próprio Marcelo Rebelo de Sousa matou a geringonça, notando a existência de “divergências maiores, de fundo, de substância, que se tornaram inultrapassáveis”.

Assim, Marcelo estará inclinado para que, num cenário de falta de maioria eleitoral, surja um “acordo de cavalheiros” entre PS e PSD. O próprio Presidente da República lembrou, no discurso onde anunciou a data das legislativas, que quando era líder do PSD se aliou ao Governo socialista de António Guterres para viabilizar Orçamentos do Estado.

Costa e o Governo em queda

A popularidade de Marcelo também já teve melhores dias entre os eleitores, conforme revela uma outra sondagem realizada pela Aximage para a TSF, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias.

Feita entre 28 e 31 de Outubro, ou seja, já depois do chumbo ao Orçamento do Estado, esta sondagem dá ao Presidente da República apenas 55% de avaliações positivas depois de ter chegado a somar 70% em Março passado.

Mas também a popularidade de António Costa está em queda. O primeiro-ministro e o seu Governo merecem as piores avaliações desde que este estudo é feito, mas metade dos inquiridos também chumba o desempenho da oposição.

Assim, Costa recebe 37% de notas positivas e 39% de opiniões negativas, enquanto 25% dos inquiridos considera que esteve “mal” e 14% que esteve “muito mal”.

Já o Governo recebe 45% de avaliações negativas e apenas 34% de opiniões positivas, enquanto a oposição recebe 55% de avaliações negativas.

Entre os líderes da oposição, Rui Rio sobe para os 33% e Ventura desce (18%). Catarina Martins soma 17% e Jerónimo de Sousa fica-se pelos 7%. Já João Cotrim de Figueiredo e Francisco Rodrigues dos Santos somam apenas 2% de avaliações positivas.

ZAP //

2 Comments

  1. E o Kosta sabe o que é um acordo de cavalheiros? O fulano vai novamente tentar deitar-se com o be e o pcp e daqui a um ano ou dois temos a troyka a entrar por aqui dentro! De seguida vamos ter outro Passos Coelho. É limpinho.
    Enquanto houver subsídios para distribuir vai tudo rolando. De vitória em vitória até à derrota final.
    Pobre país!?

  2. O melhor que pode acontecer a Portugal é isto ficar tudo empastelado por muitos anos. Acaba-se a mama a uma série de gajos que nada mais fazem do que viver do nosso. Força aí num empate que não leve a lado nenhum! É o melhor para Portugal. Portugal vai mais longe com menos políticos.

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