“É um título”. Candidato liberal a Lisboa justifica declaração sobre nacionalização da TAP

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Dias depois de terem sido recuperadas as declarações do candidato à Câmara Municipal de Lisboa pela Iniciativa Liberal sobre a TAP, Miguel Quintas justificou-as através de uma publicações no Facebook.

No ano passado, questionado sobre até onde poderia e devia ir a intervenção da TAP, Miguel Quintas respondeu que não tinha números nem estava por “dentro da gestão da empresa” para poder “identificar que tipo de intervenção o Governo português poderá fazer na TAP.”

Depois, referiu que, se houvesse apoio à companhia, o Estado devia “pedir contrapartidas”. No entanto, a “avaliar pelos montantes” que a empresa precisava, o melhor seria mesmo nacionalizar.

Agora, de acordo com o jornal Observador, perante as críticas de que tem sido alvo, Miguel Quintas publicou uma explicação na sua página do Facebook. “O título do artigo não demonstra a plenitude da minha visão. É um título”, escreveu.

Caros Liberais, antes de mais uma boa segunda-feira! Sei que já estamos a meio da tarde, mas aproveitei este dia e meio…

Publicado por Miguel Quintas em Segunda-feira, 8 de março de 2021

Num texto de nove pontos, além de falar da TAP como um “buraco descomunal a caminho de mais de 4 mil milhões de euros” do qual “ainda nem se viu o fundo”, Miguel Quintas acusou o Governo de “continuar a insistir no mesmo caminho, sabendo que tal percurso apenas resultará numa ainda maior erosão da riqueza nacional”. “Caberá a todos nós, contribuintes individuais e empresas, pagar este mesmo erro”, atirou.

O candidato liberal recordou as suas próprias palavras na SIC Notícias e insistiu que “não é economicamente responsável meter mais dinheiro da TAP” e não é “justo para as demais empresas da nossa economia receberem apenas uma mínima fração daquilo que se está a esbanjar com a TAP”.

Na tal entrevista à SIC Notícias, Miguel Quintas criticou o valor dos apoios dados à TAP, dizendo que os 1.200 milhões injetados pelo Governo na empresa, representava “metade do apoio que foi dado às empresas todas do país”. “A TAP representa 2% do PIB nacional, os outros 98% recebeu apenas o dobro do que a TAP recebeu.”

Em teoria, escreveu Miguel Quintas, o investidor deve “comprar ao melhor preço e ter uma estratégia para o ativo que está a comprar”. “Ou seja, no limite, uma intervenção pública numa empresa privada tem que ter o que se chama um plano de saída, o que o atual Governo fez no caso da EFACEC, muito recentemente”, notou, na altura.

Agora, escreveu, a situação é diferente. “Deveria o Estado assinar um cheque em branco? O nosso Governo pensa que sim e fê-lo. Eu não!”,

Defendendo-se das críticas, Miguel Quintas insistiu ainda que “qualquer leitura mais atenta do artigo perceberá que a lógica é sempre de investimento e retorno, bem na linha de qualquer investidor avisado”.

AIniciativa Liberal, recorde-se, defende a privatização da TAP e já o propôs durante propostas do Orçamento do Estado.

Maria Campos, ZAP //

 

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