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Dumping no Minipreço já levou mil empresários à falência

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A Associação dos Franquiados e Ex-Franquiados do Minipreço (AFEDA) afirma que cerca de mil empresários já faliram por causa do dumping praticado pela cadeia do grupo Dia. 

A informação surge depois de terem encerrado quatro lojas Minipreço em regime de franquia devido à falência da empresa Compras Excelentes Lda., de Pevidém, deixando 130 desempregados.

As lojas de Pevidém e São Torcato, em Guimarães, e de São Miguel e do Fórum de Vizela viram as suas portas a serem encerradas devido à acumulação de dívidas resultante das quebras de lucro e insustentabilidade das lojas.

De acordo com o Jornal de Notícias, a AFEDA está a reunir um conjunto de queixas para instaurar um processo contra o grupo espanhol Dia. As acusações estendem-se a fuga ao Fisco e aberturas ilegais.

O principal motivo das falências é, segundo Paulo Jaloto, presidente da associação, o dumping que ocorre “todos os dias” em centenas de lojas do país. Os empresários franquiados têm autonomia legal, mas o contrato de exploração da marca Minipreço impõe-lhes regras, tais como a venda de alguns produtos abaixo do preço de custo.

Por exemplo, numa promoção “leve dois, pague um”, o empresário paga as duas unidades ao Minipreço, mas é obrigado a oferecer uma ao cliente. A loja tem a opção de não aderir a este tipo de campanhas, mas nesses casos fica obrigada a anunciar na porta que não tem promoções, o que “afasta os clientes”, de acordo com o representante.

Em Portugal o grupo Dia explora 640 lojas, das quais mais de metade funciona em regime de franquia. Quando o franquiado vai à falência, a loja pode reabrir, explorada por outro empresário.

O grupo espanhol fechou os primeiros nove meses de 2014 com lucros de 173 milhões de euros, mais 5% que no período homólogo.

A associação acusa o Minipreço de enganar os franquiados desde o início do processo: “O contrato só aparece quando o investimento já está feito e não é possível voltar atrás. Se o franquiado se recusar a assinar, fica sem a loja”, afirma Paulo Jaloto.

ZAP

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