As quatro organizações que gerem as doações para a reconstrução da catedral parisiense de Notre-Dame só terão recebido 9% dos 650 milhões de euros prometidos, segundo a cadeia Franceinfo.
O governo francês não divulgou números para o trabalho de reconstrução do templo, embora o presidente, Emmanuel Macron, tenha expressado seu desejo de que seja concluído dentro de cinco anos.
O Estado autorizou a Fondation de France, a Heritage Foundation, a Notre-Dame Foundation e o National Monuments Centre a recolher os fundos. Dos 650 milhões prometidos por indivíduos e empresas, as quatro organizações receberam 80 milhões até ao momento.
Entre os grandes patrocinadores estão a família Arnault e o grupo LVMH, que anunciaram 200 milhões de euros cada um, além da família Pinault, que se comprometeu a entregar cerca de 100 milhões de euros.
De acordo com Franceinfo, estas grandes doações não serão feitas num único bloco, mas pouco a pouco, dependendo de como o trabalho de restauração da catedral evoluir e as necessidades que possam surgir. Por enquanto, o trabalho concentra-se nos detritos e garante a estabilidade da estrutura de Notre Dame após a queda de parte do telhado.
O ministro francês da Cultura, Franck Riester, alertou que a catedral “está numa situação frágil, especialmente no nível do cofre que ainda não está seguro”. “Ainda pode entrar em colapso”, ressaltou em entrevista à France 2.
A abóbada da histórica catedral colapsou parcialmente devido ao incêndio que deflagrou durante 15h00 do dia 15 de abril. A parte que resistiu ficou encharcada devido à água utilizada durante o combate ao fogo. As chamas fizeram com que a torre central caísse e dois terços do teto desabassem.
Algumas das principais relíquias do património da catedral, como a Coroa de Espinhos, que terá sido usada por Jesus Cristo na crucificação, foram retiradas a tempo pelo bombeiros. A investigação levada a cabo sobre a origem do incêndio aponta para acidente relacionado com obras que decorriam numa das alas do monumento.
