Os arquitectos que estão a trabalhar nas obras de reconstrução da Catedral de Notre-Dame enfrentam uma corrida contra o tempo, para cobrir o monumento antes que a chuva cause demasiados danos. A previsão de mau tempo para os próximos dias é uma nova preocupação.
A abóbada da histórica catedral colapsou parcialmente devido ao incêndio do passado 15 de Abril. A parte que resistiu ficou encharcada devido à água do esforço de combate ao fogo e há receios de que chuvas fortes possam vir a provocar mais derrocadas na abóbada.
“A maior prioridade é proteger a catedral da chuva que aí vem”, constata o arquitecto chefe da obra, Philippe Villeneuve, em declarações à BFMTV que são citadas pela imprensa francesa.
Assim, procede-se à instalação de uma lona de protecção, a ser colocada por alpinistas, para que “não haja mais degradação” provocada pela chuva.
Mas esta é apenas uma solução de recurso enquanto não se coloca uma espécie de “guarda-chuva” gigante sobre o monumento, o que deve acontecer nas próximas semanas, para proteger o edifício mais permanentemente durante as obras de reconstrução.
Um especialista ouvido pela RTL também defende a instalação de um “sistema de bombeamento”, para evacuar a água da abóbada e “evitar qualquer deformação que enfraqueça a pedra”.
Na catedral de 800 anos, os trabalhos mais emergentes passam por estabilizar o edifício e remover os andaimes danificados, o que deverá demorar várias semanas. Só depois disso será possível avaliar a extensão dos danos à alvenaria.
Entretanto, os famosos vitrais de Notre Dame foram cobertos com um material protector e reforçados com postes de madeira, para evitar que sejam danificados e que eventuais destroços caiam sobre os transeuntes na rua.
O presidente francês Emmanuel Macron apontou que até 2024, Notre Dame deverá estar recuperada, a tempo dos Jogos Olímpicos em Paris, num processo de reconstrução financiado pelos milhões de euros doados por inúmeras celebridades e homens de negócios.
Entretanto, deverá ser construída uma catedral de madeira temporária na praça ao lado de Notre Dame para continuar a realizar serviços religiosos no local.
O primeiro-ministro Édouard Philippe já sugeriu uma competição internacional para a criação de um novo pináculo, depois de ter colapsado o que existia, datado do Século XIX e da autoria de Eugene Viollet-le-Duc.
O Governo lançou também um concurso de ideias para a reconstrução do monumento que levanta dúvidas quanto a como será a futura Catedral de Notre Dame. Há uma “luta” entre duas facções, os que defendem uma reconstrução à imagem da história, sem modificar a traça original, e os que defendem uma modernização da Catedral.
Só o futuro dirá que nova Catedral de Notre Dame renascerá das cinzas.
Um “guarda chuva” gigante…. Está bem…