A Associação Espanhola de Supermercados fez um estudo sobre as alterações de consumo desde que foi decretado o estado de emergência. A procura por papel higiénico disparou meados de março, mas os produtos mais procurados agora são os snacks e bebidas alcoólicas.
De acordo com o jornal espanhol El País, citado pela revista Sábado, as cervejas registaram um aumento de 77,65%, os vinhos subiram 62,7%, e outras bebidas aumentaram 36,5%.
Estes valores equiparam-se aos da época natalícia. Para acompanhar as bebidas, também as vendas dos snacks – azeitonas, chocolate, batatas fritas – dispararam.
Segundo um casal de Madrid, ouvido pelo mesmo jornal espanhol, as cervejas já fazem parte da sua nova rotina de quarentena: “De segunda a quinta bebemos uma cervejinha perto da hora de jantar e de sexta a domingo fazemos uma videochamada com a participação de vários amigos, em que tomamos o nosso vermute e mais uns copos.”
As plataformas de comércio de vinho na Internet também já notaram alterações. Julián Ribalda, diretor da loja online Lavinia disse que, nas últimas semanas, “surgiram 46% de novos clientes – e são pessoas diferentes”. “Antes, quase só vendíamos vinhos acima de 15 euros, os que os verdadeiros enófilos procuram, agora subiram as vendas de garrafas a partir dos 8 euros. Nitidamente são pessoas que talvez até comprassem algum vinho, mas nos supermercados. Agora encomendam, para não terem de sair“, explicou ao jornal.
De acordo com a Sábado, esta tendência deverá também ser importada para Portugal. Psicólogos especializados em stress e ansiedade dizem que “é normal” e já o viram acontecer noutros momentos, como depois dos atentados do 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque ou do 11 de março de 2004 em Madrid.
Por outro lado, a venda de livros baixou. Em Portugal caiu abruptamente.