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Diretor do curso de Comandos processa chefe de Estado-Maior do Exército

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(dr) presidencia.pt

O Chefe do Estado-Maior do Exército, General Frederico José Rovisco Duarte

Mário Maia, tenente-coronel responsável pelo curso 127 dos Comandos e um dos principais arguidos do processo relativo à morte de dois recrutas, em 2016, processo o general Rovisco Duarte.

Em causa está o facto de o chefe de Estado-Maior do Exército (CEME), o general Rovisco Duarte, ter alegadamente ignorado um crime cometido pelo comandante do Regimento dos Comandos, Dores Maia, para “salvar a face” do Exército, avança o Público.

O advogado Alexandre Lafayette, em representação do tenente-coronel Maia, argumenta que “a queixa é apresentada porque se verificou que o CEME ignorou uma denúncia feita em Fevereiro de 2017″.

O coronel Dores Moreira – comandante do Regimento dos Comandos até junho passado – terá entregue ao Departamento de Investigação e Ação Penal um guião “falso” da chamada Prova Zero.

No guião entregue lia-se que os instruendos poderiam beber até cinco litros de água por dia, quando na realidade os instrutores só estavam autorizados a permitir que os instruendos bebessem três litros.

O objetivo seria, avança o Público, responsabilizar os instrutores do curso e não os altos oficiais, como o comandante Dores Moreira, pelo racionamento da água distribuída durante a prova, no início de Setembro de 2016.

O contexto de calor extremo provocou a morte por desidratação profunda a dois recrutas – Hugo Abreu e Dylan da Silva, ambos com 20 anos.

A participação criminal terá sido entregue à procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, em agosto de 2017. Além disso, a queixa-crime foi ainda remetida para o Presidente da República, o ministro da Defesa e o primeiro-ministro.

Na missiva entregue juntamente com o processo, lê-se que Mário Maia alega ter ficado com “a sensação de que a falsificação ter sido uma manobra para ‘salvar a face’ do Exército” e defende que “não se pode, nem se deve pactuar com a prática de crimes, com a agravante de se visar enganar o sistema de justiça” apontando para os inferiores hierárquicos “o ónus da incompetência das chefias militares que, há muito, têm obrigação de saber que a logística de apoio à formação de militares dos Comandos tem falhas graves e inaceitáveis”.

ZAP //

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