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Dinheiro do maior caso de corrupção no Brasil passava por Portugal

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Joanjo Aguar Matoses / Flickr

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O brasileiro que denunciou o caso de corrupção “Lava Jato” afirma que o esquema de lavagem de dinheiro passava pelo BES, descrevendo ainda que tentaram que fosse correio de dinheiro entre uma dependência do banco no Porto e o Brasil.

Em entrevista ao Público, Hermes Freitas Magnus, que vive fora do Brasil desde que denunciou o caso por razões de segurança, descreve o elo de ligação entre um dos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras e o BES: José Janene, político do Paraná suspeito de corrupção, que “tinha dinheiro aqui no BES”, que servia para ser “lavado” e regressar ao Brasil.

Foram as suspeitas de corrupção de Hermes Magnus que deram origem à operação Lava Jato, que levou à prisão de vários empresários brasileiros. A operação começou no ano passado e tem como objetivo apurar um esquema de lavagem e de desvio de dinheiro da petrolífera brasileira Petrobras, que pode ascender aos 10 mil milhões de reais.

Hermes Freitas Magnus era dono da Dunel, que fabricava componentes industriais, e precisava de capital – José Janene mostrou-se interessado em investir. Pouco tempo depois do início da sociedade, Hermes Magnus começou a desconfiar que Janene não queria investir no negócio, mas apenas “lavar dinheiro”.

O empresário afirma que, no final de 2008, pediram-lhe que “levasse para o Brasil dinheiro de contas do BES, no Porto. As contas eram dele [José Janene], para lavar dinheiro em Portugal, mas ouvi dizer que estavam associadas a sociedades off-shore”.

O denunciante e testemunha-chave conta que recusou servir de correio entre Portugal e o Brasil, e quem o substituiu na tarefa acabaria por ser detido num aeroporto brasileiro com 600 mil euros escondidos na roupa interior.

Todos estes factos, incluindo a utilização do banco português, foram transmitidos por Hermes Magnus às autoridades brasileiras.

A operação “Lava Jato”, a “maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve”, tem o seu nome devido à utilização de uma rede de postos de combustíveis e “lava a jato” de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas, lê-se no site criado pelo Ministério Público brasileiro para recolher informações.

O impacto do esquema ascende aos milhares de milhões de reais desviados da Petrobras.

ZAP

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