O Partido dos Trabalhadores (PT), que governa o Brasil desde 2003, proclamou este sábado na sua convenção nacional a candidatura da presidente brasileira, Dilma Rousseff, a um segundo mandato nas eleições do próximo dia 5 de outubro.
Na convenção foi também selada a aliança do PT com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e a candidatura de Michel Temer à reeleição como vice-presidente na equipa de Dilma Rousseff.
Esta aliança partidária tinha já sido aprovada há duas semanas pelo PMDB, o principal aliado do PT na coligação governamental.
Hoje, no encontro do PT em Brasília, Rousseff e Temer contaram com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente nacional do PT, Rui Falcão, entre outros líderes de partidos aliados.
Apesar de a candidatura de Rousseff, presidente desde 2011, ser dada como certa há vários meses, não tinha sido formalizada até agora, o que permitiu que nos últimos meses surgisse um movimento do partido que defendia uma candidatura do ex-presidente Lula da Silva (2003-2010).
Rui Falcão apontou para a necessidade de promover uma “reforma do atual sistema político eleitoral” e a “democratização dos meios de comunicação”, a qual, segundo o responsável, “os oligopólios tentam caracterizar como censura”, conforme cita a agência Efe.
O líder do PT também denunciou as vaias com que Dilma Rousseff foi brindada durante o jogo inaugural do Mundial 2014, afirmando que “saiu o tiro pela culatra” aos contestatários, porque a presidente estava cercada pela “solidariedade unânime daqueles que condenam a violência”.
Oposição ganha terreno
Mesmo liderando as intenções de voto para as presidenciais com ampla vantagem, a chefe de Estado brasileira está a perder terreno e as últimas sondagens indicam que já não está garantida a sua reeleição sem necessidade de disputar uma segunda volta, que é obrigatória quando nenhum dos candidatos obtém mais do que a metade dos votos.
De acordo com uma sondagem do Instituto Ibope, caso as eleições fossem hoje, Rousseff obteria 39% dos votos, seguida pelo senador Aécio Neves (21%), do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e pelo ex-governador do estado de Pernambuco, Eduardo Campos (10%), do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Assim, segundo a sondagem, Rousseff e Neves iriam disputar uma segunda volta, sendo a atual presidente reeleita com 43% dos votos face aos 30% do candidato do PSDB.
Aécio Neves pertence ao partido do antigo presidente Fernando Henrique Cardoso e do segundo candidato mais votado nas últimas eleições, José Serra. Apesar das duras críticas ao Governo do PT, o partido “tucano” também tem no seu histórico alegações de corrupção que mancham a sua imagem.
Eduardo Campos, acompanhado da ambientalista Marina Silva como candidata a vice, tem o revés de se posicionar demasiado perto do PT no espectro ideológico – tendo sido mesmo apoiado em 2006 pelo presidente Lula na sua eleição para governador de Pernambuco -, mas tenta agora uma aproximação, ainda que tímida, aos empresários que torcem o nariz às políticas intervencionistas do Governo PT.
ZAP / Lusa
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