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DGS justifica desaparecimento de 36 infetados com “limpeza de casos duplicados”

José Sena Goulão / Lusa

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas

Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 98 novos casos de infeção por covid-19 e mais nove mortes.

Nas últimas 24 horas, tinham sido registados menos 36 casos na região Centro: eram registados 134 novos casos em quatro regiões relativamente ao dia anterior, mas o aumento nacional de novos casos era de apenas 98, avança o Observador.

Agora, fonte da Direção-Geral de Saúde (DGS) explicou ao jornal online que foi feita uma “limpeza de doentes que se verificou que estavam duplicados e tinham sido contados duas vezes”.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 98 novos casos de infeção por covid-19, num total de 27.679 casos confirmados. Em termos percentuais, foi um aumento de 0,36%, o mais baixo de sempre.

O número de mortes, por sua vez, está pelo segundo dia consecutivo abaixo dos dois dígitos, tendo aumentado para um total de 1144 (mais nove do que no dia anterior).

Estão internados 805 doentes (mais oito), sendo que 112 se encontram em unidades de cuidados intensivos (o mesmo número que no dia anterior). O número de recuperados mantém-se igual (2549).

Lisboa e Vale do Tejo é a região com maior RT

Na conferência de imprensa desta segunda-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que a região de Lisboa e Vale do Tejo é a que apresenta o risco de transmissibilidade (RT) mais elevado do país, mas “com tendência decrescente”.

“Há de facto ligeiras assimetrias. Neste momento, a região de Lisboa e Vale do Tejo é aquela que tem um RT um bocadinho mais elevado do que as outras, mas com tendência decrescente”, disse.

A diretora-geral da Saúde explicou que o RT é “calculado com muita frequência e diz respeito sempre aos dados disponíveis para cinco dias anteriores e, portanto, há sempre ajustes conforme os boletins vão saindo e são feitos à data”.

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que também estava presente na conferência de imprensa, disse ainda “ser cedo” para fazer o balanço da primeira semana de desconfinamento, mas acredita que será positivo.

“Com a devida serenidade e com a devia tranquilidade chegará o tempo desses balanços com certeza”, mas, afirmou, “mais uma vez sentimos que há uma consciência social, uma consciência cívica grande e, portanto, também obviamente na decorrência desse facto também estamos expectantes que esse balanço possa vir a ser um balanço positivo”.

SNS capaz de responder às necessidades

Questionado sobre a capacidade do Serviço Nacional de Saúde, afirmou que, “como tem sido bem evidenciado“, tem sido capaz de responder às necessidades.

“Mantemos um nível de expansibilidade que nos permite também olhar para o futuro com confiança relativamente a essa capacidade de o SNS poder responder, quer em termos de assistência covid, quer também agora na reprogramação de assistência não covid”, declarou, bem como nos números de cuidados intensivos.

Lacerda Sales afirmou que “tudo aponta para que o Serviço Nacional de Saúde possa também neste futuro próximo vir a responder de uma forma satisfatória, aliás como tem acontecido, àquilo que são as necessidades do momento”.

Chegada de mais equipamento permite stock estável

“Esta semana deverão chegar dois milhões de máscaras cirúrgicas e 1,7 de respiradores FFP2 e FFP3, entre outros materiais importantes, o que garante uma certa estabilidade de renovação de stock que continua a ser crucial”, disse ainda Lacerda Sales.

Portugal tem previsto, avançou o governante, que continuem a chegar com regularidade equipamentos de proteção individuais do mercado externo e interno.

Quanto aos testes de diagnóstico, o secretário de Estado anunciou que, desde 1 de março, foram realizados cerca de 547 mil testes à covid-19 e que “de 1 a 10 de maio já foram efetuados mais testes do que todo o mês de março, numa média total de 13.100 testes por dia”.

“Estes indicadores são importantes, porque quanto mais testamos mais sabemos sobre a realidade epidemiológica do país e temos feito o esforço, que vamos prosseguir“.

Retoma da I Liga envolve “diferentes níveis de responsabilização”

“É óbvio que em qualquer processo em que o risco não é zero os atores têm diferentes níveis de responsabilização, isto é plasmado em códigos de conduta. Não é apenas um dos intervenientes que fica responsável por todo o processo”, afirmou a diretora-geral da Saúde.

Graça Freitas advertiu que “não compete à DGS ou ao Ministério da Saúde estabelecer estas questões”, mas antes “alertar para a necessidade de um consenso, um código, aceite pelas partes envolvidas e que todos tenham consciência”.

A diretora-geral da Saúde exemplificou com a assinatura do consentimento informado antes da realização de uma cirurgia, que “não desresponsabiliza todos os outros intervenientes no processo”, em reação às críticas tornadas públicas por vários futebolistas.

Graça Freitas assinalou que o acordo sobre regras de conduta entre DGS, FPF e Liga de clubes “vai permitir que toda a comunidade envolvida minimize o risco de ter um teste positivo” à covid-19, advertindo que “isso se faz com medidas de maior isolamento social possível”.

É o princípio da precaução, fazendo tudo para não termos de chegar ao ponto de ter casos positivos e, em função deste risco, tomar medidas concretas”, explicou Graça Freitas, sem estabelecer um número de casos positivos a partir do qual as provas poderão ser novamente suspensas.

ZAP // Lusa

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