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“É a desilusão”. PSD queria novos ministros na Saúde, Educação e Justiça

Miguel A. Lopes / Lusa

 

O PSD defendeu esta quarta-feira que “não há um novo Governo”, mas “uma remodelação com alargamento”, com um executivo aumentado e “mais partidário”, considerando “uma desilusão” a continuidade em pastas como Saúde, Educação e Justiça.

“Não é um novo Governo, é uma remodelação, com um Governo aumentado, mais ministros, mais máquina partidária, designadamente do secretariado do PS”, criticou o vice-presidente do PSD José Manuel Bolieiro, em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa.

No final da reunião da Comissão Permanente do PSD, o dirigente social-democrata lamentou ainda que apesar de “o país se ter manifestado contra os maus resultados na saúde, educação e justiça”, não tenha havido mudanças nos ministros destas pastas. “É a desilusão de um Governo de mera continuidade”, apontou.

Como “única nota positiva”, o PSD saudou a “preocupação expressa” pela criação de uma nova pasta para a coesão territorial, considerada pelos sociais-democratas “uma política pública essencial”.

Questionado se o presidente do PSD, Rui Rio, comunicou à Comissão Permanente – o núcleo duro da direção – se pretende continuar à frente do partido e recandidatar-se à liderança, José Manuel Bolieiro escusou-se a comentar outras matérias não relacionadas com a composição do novo Governo, conhecida na terça-feira.

O pronunciamento do presidente do partido a ele cabe, é ele que vai determinar o seu calendário”, disse apenas, quando questionado se a ponderação que Rui Rio disse ter iniciado na noite eleitoral, em 6 de outubro, não deveria estar perto de terminar.

O novo vice-presidente do PSD – eleito em julho, na sequência da demissão de Manuel Castro Almeida – classificou o executivo como “um governo de continuidade”, destacando que 14 ministros se mantêm nas mesmas pastas. Questionado como vê o PSD o aumento do número de ministros que são membros do secretariado do PS (seis), Bolieiro considerou haver “uma partidarização assumida”.

“Estamos a ver um governo com mais dificuldades de captar outras personalidades de interesse e da sociedade, e o primeiro-ministro recorre ao núcleo do secretariado do PS para garantir mais um reforço partidário na máquina do Estado e de funcionamento do governo”, criticou.

O XXII Governo Constitucional vai ter como ministros de Estado Pedro Siza Vieira, Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Mário Centeno. Catorze ministros mantêm-se à frente das mesmas pastas, existindo cinco novos ministros, três dos quais já eram secretários de Estado.

// Lusa

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