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Demissões na Protecção Civil por “falhas e erros” em Pedrógão Grande

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Autoridade Nacional Protecção Civil / Facebook

Presidente da Protecção Civil, o coronel Joaquim Leitão, ao centro, com a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, ao lado.

Já houve duas demissões e mais se devem seguir no seio da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) que vive um ambiente de “alvoroço” e de mal-estar, com vários funcionários “indignados” com o comando da estrutura e, nomeadamente, com as falhas que terão sido cometidas durante o incêndio de Pedrógão Grande.

Este cenário é traçado pelo semanário Sol que reporta um ambiente “pesado entre os trabalhadores” da ANPC, notando que alguns estão a “questionar a competência do comando no combate aos incêndios” e a “gestão da estrutura do pessoal”.

Citando uma fonte interna não identificada, o Sol atesta que houve “inúmeras falhas e erros na condução dos trabalhos em Pedrógão”, onde morreram, pelo menos, 64 pessoas, segundo os dados oficiais.

Este mal-estar interno já motivou a demissão do assessor de comunicação, Fausto Coutinho, no passado 6 de Julho, “alegando incompatibilidades directas com o presidente da ANPC”, Joaquim Leitão, conforme refere o Sol.

Seguiu-se a demissão da secretária do presidente da ANPC e o semanário garante que “avizinha-se uma vaga de saídas de trabalhadores”, uma vez que “alguns funcionários da ANPC estão indignados com o rumo da comunicação e da gestão desta entidade”.

No caso de Fausto Coutinho, o assessor terá saído “em protesto contra o bloqueio de informação” decretado pela ANPC e também, por causa das “falhas e erros” cometidos durante o incêndio de Pedrógão Grande.

O Sol cita em concreto “a ausência de sinalização de alerta vermelho para aquela zona no dia em que deflagrou o incêndio” e o facto de não terem sido “pré-posicionados os meios que seriam necessários”, caso houvesse fogos.

Estas decisões “terão sido tomadas pelo presidente da ANPC”, refere o semanário, isto apesar do alerta de risco de “fenómeno meteorológico anormal” avançado quatro dias antes, pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Outro factor de protesto será “a substituição em massa dos quadros operacionais e administrativos da Protecção Civil em plena época de incêndios”, refere o Sol que aponta a troca de “onze administrativos e 13 operacionais nos últimos meses”.

O caso que está “a gerar mais desconforto” no seio da ANPC, segundo o jornal, é a substituição de Luís Lopes no cargo de 2º Comandante Distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Leiria, por Mário Cerol, um advogado de formação que tem ligações ao PS.

Foi Mário Cerol quem comandou as operações no terreno, nas primeiras e fatais horas do incêndio de Pedrógão Grande. A situação foi abordada numa recente reportagem do programa “Sexta às 9” da RTP1 que avança as críticas de comandantes e ex-comandantes da ANPC que insinuam que a política dos jobs for the boys” do PS está directamente associada à maior tragédia que Portugal viveu nos últimos anos.

ZAP //

12 Comments

  1. Em 2013 morreram nove bombeiros e bombeiras no combate a incêndios florestais. Porque é que nunca foram apuradas responsabilidades?

    • em 2013 foi quando entraram os “jobs for the boys” dos pafiosos que agora foram substituídos e por isso há este barulho todo. quando os substituídos não são pafiosos está tudo bem pro sol e cia. quando são eles os substituídos tudo corre mal e ai d’elrei que se cometeu um crime.

    • Infelizmente irão sempre morrer bombeiros ao serviço de todos nós… lamentável é famílias inteiras morrerem cercadas na estrada… talvez agora o Sr. Dr. advogado apresente um recurso em tribunal para reverter o resultado da sua própria incompetência!!!

    • Cara Maria Nunes,
      A Sra, tal como o seu amigo e colega de partido, justificam a morte de 64 pessoas…com o passado?
      Se anteriormente não se apurou responsabilidades (se não o foi… devia ter sido, e ainda se está a tempo…), agora tb não deve se deve apurar responsabilidades? Que país, dito civilizado, isso acontece…?
      É por isso que “Cego e aquele que não quer ver…! ” será esse o seu caso?

  2. Tudo isto só pode ser uma cabala da oposição!!!!!!!!!!!
    Boys, quais boys! Trata-se de um advogado multifacetado.
    Um operacional de secretária… claro que só podia dar bronca.
    Infelizmente à custa do Zé Povinho que sofre amargamente na pele e na alma com os caprichos e com os compadrios de políticos sem escrúpulos…
    Lamentável e chocante!

  3. Maria Nunes, a inteligência não abunda por esses lados. Então quer comparar a morte dos Bombeiros que arriscam as vidas para se aproximarem o máximo possível do fogo, com os civis que fogem do fogo?!

  4. Mais um organismo sem rumo certo e uma ministra duplamente culpada porque como diz o mal já vem de trás ignorando até agora tudo isso e não tomou medidas atempadamente. Portanto senhora ministra siga-lhes o caminho!.

  5. A ideia de ser um advogado é excelente, não podemos usar a violência para combater os fogos, tem de haver diálogo, resolver as coisas pacificamente, tem de haver negociações com o fogo, chegar a um entendimento, se continuarmos a combater o fogo desta forma haverá sempre estas desgraças!

    • Então foi lá que decidiram, além de não se limpar devidamente os terrenos, assolar a zona de Pedrogão com temperaturas acima dos 30 graus, uma humidade abaixo de 30% e velocidade do vento acima do 30km/h?!
      O Largo do Rato está a ficar muito poderoso!…

    • Então foi lá que decidiram, além de não se limpar devidamente os terrenos, assolar a zona de Pedrogão com temperaturas acima dos 30 graus, uma humidade abaixo de 30% e velocidade do vento acima do 30km/h?!
      O Largo do Rato está a ficar muito poderoso!……

  6. Este país continua uma vergonha inaudita!! Os políticos (da esquerda à direita!!!), além de mais de 90% falsearem os próprios CV’s, encobrindo-se uns aos outros, são incompetentes!!!!!, Cometem erros atrás de erros, quando colocados em lugares de chefia e a porcaria que fazem só vêm ao de cima, quando acontecem estas tragédias!
    E atenção, sei informado por um sub-chefe dos Bombeiros Voluntários que combateu o fogo em Pedrógão, que morreram para cima de 100 pessoas, devido aos acidentes nas estradas sinistradas. E houve a lei da rolha aplicada à informação ao estilo do mais puro facismo!!

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