Défice das contas públicas agrava-se 6552 milhões de euros por causa da pandemia

Miguel A. Lopes / Lusa

O ministro das Finanças, João Leão.

O défice das contas públicas agravou-se em 6552 milhões de euros até agosto, totalizando 6147 milhões de euros, valor inferior ao registado em julho.

“A execução orçamental em contabilidade pública das Administrações Públicas (AP) registou até agosto um défice de 6147 milhões de euros, um agravamento em resultado da pandemia de 6552 milhões de euros face ao período homólogo pelo efeito conjunto de contração da receita (-6,6%) e de crescimento da despesa (4,9%)”, indica o Ministério das Finanças no comunicado que antecede a divulgação da Síntese de Execução Orçamental pela Direção-Geral do Orçamento (DGO).

De acordo com o ministério tutelado por João Leão, a execução destes primeiros oito meses de 2020 “evidencia os efeitos da pandemia da covid-19 na economia e nos serviços públicos, refletindo igualmente o impacto da adoção de medidas de política de mitigação”.

A execução orçamental até julho indicava um agravamento do défice das contas públicas em 7853 milhões de euros, chegando aos 8332 milhões de euros.

Entre abril e junho, o défice das contas públicas disparou para 10,5%, quando no primeiro trimestre estava nos 1,1%. Este é o maior défice num trimestre desde a resolução do BES, no terceiro trimestre de 2014 (16%), quando o Estado teve de injetar 3,9 mil milhões de euros, recorda o jornal online ECO.

Segundo o mesmo jornal, a expectativa é que o défice orçamental baixe no terceiro e no quarto trimestre, uma vez que não se deverão repetir as medidas rígidas de confinamento verificadas em abril.

O Governo prevê para este ano um défice de 7,0%, segundo o reporte a Bruxelas divulgado esta quarta-feira, acima dos 6,3% apontados no Orçamento do Estado Suplementar, mas em linha com a revisão anunciada, em julho, pelo ministro das Finanças.

ZAP // Lusa

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