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“Pressão política evidente”. Decisão de vacinar menores divide partidos

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Mário Cruz / Lusa

A decisão de vacinar menores já mereceu a reação de alguns dos líderes dos partidos portugueses. Se por um lado a notícia é congratulada, muito se tem falado sobre eventuais pressões políticas.

A direção nacional do Chega lamentou esta quarta-feira o que classifica de “condução instável e errática” da Direção-Geral de Saúde em relação às vacinas contra a covid-19 para crianças e jovens e criticou a pressão do Governo nesta matéria.

Em comunicado, o partido diz que a “condução instável e errática” da vacinação das crianças e jovens traz uma instabilidade que acaba “por prejudicar gravemente a confiança dos pais, dos professores e da comunidade educativa em geral, numa fase em que estamos perto do início de mais um ano escolar”.

“O Chega lamenta ainda a pressão política evidente, quer do Governo, quer de outros protagonistas do espaço público, no sentido de condicionar decisões que deveriam ser tomadas de acordo com critérios técnicos e científicos”, acrescenta.

Além da direção nacional do Chega, a decisão da autoridade de saúde mereceu já uma posição do líder do CDS, que disse esperar que a “súbita alteração de posição” da DGS sobre a vacinação de crianças entre 12 e 15 anos “radique em novos dados científicos” e não em “eventuais pressões do Governo”.

“A recomendação da Direção-Geral de Saúde relativamente à vacinação do grupo etário entre os 12 e os 15, fora dos casos de comorbilidade conhecidas, constitui uma mudança da posição tomada, pela mesma DGS, há poucos dias atrás. Espera-se, contudo, que tal súbita alteração de posição radique em novos dados científicos e não em eventuais pressões do Governo”, lê-se numa mensagem de Francisco Rodrigues dos Santos.

“Como facilmente se percebe, este tipo de ziguezague é passível de gerar perturbação, senão mesmo alarme social entre os mais jovens e as suas famílias, muitas delas em período de férias”, comentou o líder centrista, que nota, apesar de tudo, que “a vacinação é o único desígnio nacional que nos permitirá derrotar a pandemia”.

Já o Partido Comunista considera “positiva a decisão da DGS”, que permite avançar com a vacinação universal de crianças e adolescentes entre os 12 e os 15 anos.

“Como é do conhecimento público, o PCP considera que a vacinação rápida de todos é a solução mais sólida e eficaz para combater a covid-19”, referiu o partido em declarações Expresso, notando porém que a decisão cabe sempre à Autoridade Nacional de Saúde e “apenas pode ser tomada após ponderação científica e não por pressão mediática ou política”.

O anúncio da recomendação da vacinação de menores foi feito em conferência de imprensa pela diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, que explicou que a DGS não esteve “surda nem cega” ao que foi dito sobre a vacinação dos adolescentes, mas salientou que esta decisão tinha de basear-se num parecer técnico.

A DGS tem um grupo interno que também trabalha a área das vacinas e das doenças infecciosas e, se a recomendação da Comissão Técnica de Vacinação “for bem sustentada, bem baseada como tem sido”, a DGS acata essa recomendação e foi o que aconteceu desta vez, explicou.

Depois do anúncio da decisão da DGS, o primeiro-ministro, numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, veio dizer que estava tudo “a postos” para garantir a vacinação das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos antes do ano letivo.

“As vacinas foram compradas, a logística aprontada e o calendário definido: os jovens entre 12 e 17 anos podem ter vacinação completa até 19 de setembro”, apontou António Costa.

ZAP // Lusa

 

 

3 Comments

  1. o jornal Público explica muito bem como se chegou às novas directrizes e passo a citar:

    «Posição foi unânime entre profissionais de saúde que trabalham na área pediátrica, mas o mesmo não aconteceu com os peritos da comissão técnica de vacinação contra a covid-19, que mesmo assim defenderam maioritariamente esta solução. *Graça Freitas remodelou comissão que vai voltar a avaliar o assunto.*»

    ou seja, quando não se gosta dos resultados vai-se alterando os elementos das comissões, até se obter o resultado desejado!

    • As crianças na sua maioria não tem sintomas graves nem efeitos secundários.
      Vacinar as criando é uma medida de proteção para os adultos e não para as crianças.
      Sabendo que existem vários casos de reações adversas como problemas no miocárdio e pericardite, os pais que forcem esta vacina nas crianças, estam a violar os princípios básicos das crianças. Em específico o princípio n8.
      O governo ao distinguir acessos com base na vicinal está a violar o princípio n10

      Mas pronto, já á muito que os direitos dos seres humanos foram jogados ao lixo em prol de um vírus … esta medida seria anormal se respeitasse os direitos de alguém!!!

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