Primeiro-ministro britânico, que já confirmou a vontade de se demitir em outubro, recusa a possibilidade de um novo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
Em declarações ao jornal inglês The Independent, o porta-voz de David Cameron adiantou que um novo referendo sobre a questão do Brexit “não está nos planos”.
A resposta vem assim desvalorizar a petição que, depois do referendo que ditou a saída do país da UE, reúne já três milhões de assinaturas a pedir uma nova consulta nacional.
O porta-voz defende que a votação de quinta-feira, com 52% dos votos favoráveis à saída, foi um “resultado determinante” e que agora o foco é “arranjar forma de lá chegar”.
Depois do referendo, o primeiro-ministro reuniu-se hoje pela primeira vez no seu gabinete para discutir qual será a melhor forma para o país chegar a um acordo com a União Europeia relativamente à saída.
Isso só poderá ser feito depois do Reino Unido ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, algo que o ministro das Finanças inglês, George Osborne, pretende atrasar enquanto não houver uma “visão clara” do futuro.
Na opinião de Cameron, segundo o mesmo jornal, isso deverá ser tarefa para o próximo primeiro-ministro.
Relativamente ao facto da Escócia estar a avaliar a possibilidade de um novo referendo a pedir a independência, o porta-voz diz que essa é a “última coisa” que o país precisa.
“Houve um referendo legal, justo e decisivo há dois anos. As razões para a Escócia fazer parte do Reino Unido são tão fortes agora como eram há 18 meses”, justifica.
“No que todos precisamos de nos focar agora é em conseguir um bom acordo, não só para a Escócia mas para todo o Reino Unido. A última coisa que precisamos agora é de outro referendo divisionista”, considera.
David Cameron enfrentou esta tarde a Câmara dos Comuns, num discurso no qual lamenta os resultados e no qual explica que agora é preciso andar para a frente.
“Repito o que disse sobre os riscos: vai ser difícil, já está visto que vamos ter de fazer reajustes à nossa economia, também a nível constitucional e que vai obrigar a um difícil processo de negociação com a Europa”.
“Mas a decisão tem de ser aceite e o processo para implementar este processo tem de começar”, afirmou.
Cameron aproveitou ainda para criticar os últimos incidentes face às minorias que vivem em território britânico, defendendo que “estas pessoas deram uma magnífica contribuição ao país”.
Assim, o ainda primeiro-ministro garantiu que os cidadãos no Reino Unido, bem como os os britânicos que vivem noutros países da União Europeia, não vão ver a sua vida comprometida.
ZAP
Brexit
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Xau…
Já vais tarde, incompetente de meia-tigela!!