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Crimeia convoca referendo para escolher entre Ucrânia e Rússia

snamess / Flickr

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O parlamento da República Autónoma ucraniana da Crimeia convocou esta quinta-feira um referendo para o dia 16 de março, em que perguntará aos cidadãos se desejam continuar na Ucrânia ou unir-se à Rússia.

A informação foi dada pelo vice-primeiro-ministro do governo pró-russo, Rustam Temirgaliyev, citado por media locais.

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após o afastamento do ex-presidente Viktor Yanukovich e a presença de militares russos na Crimeia, península do sul do país onde está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.

Na terça-feira, em conferência de imprensa, Vladimir Putin alegou que interveio na Crimeia a pedido de Yanukovich e anunciou que mantém o “direito de atuar” na Ucrânia, em último recurso, para defender cidadãos russos.

O enviado especial da ONU à Crimeia, Robert Serry, decidiu pôr fim à sua missão depois de ter sido brevemente detido na quarta-feira por homens armado em Simferopol, capital da península.

Serry “irá regressar em breve a Kiev para continuar a sua missão, que foi interrompida pelo incidente” de quarta-feira, disse em comunicado o porta-voz da ONU, Farhan Haq.

Rússia quer “redesenhar mapa da Europa”

A Presidente da Lituânia, antiga república da União Soviética, acusou hoje Moscovo de querer redesenhar as fronteiras da Europa com as suas ações na Ucrânia, e lamentou que os líderes europeus ainda não tenham respondido a esta ameaça.

Dalia Grybauskaite, que falava à entrada de uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) consagrada à tensão na Ucrânia, considerou que, antes de mais, é necessário que a Europa mostre um sinal de união, mas observou que ainda não viu “uma reação expedita” à ameaça que considera vir de Moscovo.

“Trata-se de uma agressão aberta e brutal, é exatamente isso que está a acontecer, e nós temos que o compreender. É uma demonstração de força, uma demonstração de comportamento imprevisível internacionalmente. Trata-se de redesenhar as fronteiras. A Rússia hoje é perigosa. A Rússia hoje é imprevisível”, declarou.

/Lusa

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