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Covid-19 voltou em força e médicos pedem recuo nas máscaras e nos testes

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Os casos de covid-19 voltaram a disparar, em Portugal, nas últimas semanas, e já há médicos a pedirem o regresso das máscaras em alguns espaços públicos, bem como a comparticipação nos testes, para tentar estancar a onda pandémica.

Com o fim generalizado do uso de máscara, que deixou de ser obrigatória na maioria dos espaços públicos, já se esperava que o número de casos de covid-19 aumentasse. Mas os números dispararam e há urgências sufocadas com utentes numa altura em que se fala já do início de uma potencial sexta vaga da pandemia.

Perante isto, há médicos que pedem algum recuo nas medidas de prevenção, de modo a estancar a onda para que não se torne impossível controlá-la.

“Já sabíamos que com o alívio das medidas, em especial do uso obrigatório de máscara, ia existir um aumento do número de casos. Mas, a verdade é que passar de oito mil casos de média a sete dias para 14 mil casos, como aconteceu no último mês – e os últimos dados até já mostram que estamos nos 15 mil -, é uma subida muito acentuada“, começa por destacar o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, em declarações ao Diário de Notícias (DN).

Tato Borges nota que a subida “é preocupante” e alerta que  começa também “a reflectir-se no aumento de casos graves e da mortalidade, embora de forma menos acentuada”.

Portanto, defende que “o ideal, nesta fase, seria reintroduzir a máscara em alguns espaços fechados com aglomeração de pessoas, como centros comerciais, supermercados e os locais de trabalho”.

As excepções “poderiam ser, nas escolas, as salas de aulas, durante o tempo lectivo, desde que bem arejadas”, aponta ainda o médico no DN.

De qualquer modo, mesmo que a máscara não seja obrigatória, Tato Borges recomenda o seu uso.

Os modelos matemáticos dos especialistas do Instituto Superior Técnico apontam para um índice de transmissibilidade (Rt) de 1,17 e admite-se que pode haver um aumento da mortalidade nos próximos 30 dias.

“Pressão desmesurada” sobre as urgências

Com o aumento dos casos de covid-19, tem havido também uma corrida às urgências em vários hospitais pelo país.

“Nos últimos três ou quatro dias regista-se um aumento considerável de queixas respiratórias e casos de covid confirmados” que “mais do que duplicaram em relação a valores de há duas ou três semanas”, com “a percentagem de positividade dos testes a rondarem atualmente os 40%, o que é assinalável”, destaca ao DN o director do serviço de urgência do Hospital de São João, no Porto.

Na última segunda-feira, o hospital bateu um recorde, com mais de mil pessoas nas urgências.

“O fenómeno era previsível”, nota Nelson Pereira referindo-se ao fim do uso da máscara, mas também notando os “festejos da semana académica da Queima das Fitas” no Porto. Assim, não é de estranhar que a maioria dos doentes sejam “sobretudo jovens”, como revela.

Contudo, é preciso fazer face a esta “pressão desmesurada” sobre as urgências que piora a qualidade do serviço. “Hoje, as pessoas vão esperar mais tempo para serem atendidas e permanecer mais tempo no hospital”, nota.

Assim, Nelson Pereira pede mudanças na política de testagem.

“Por um lado, dizemos que a epidemia já não é grave e liberalizamos tudo, mas ao mesmo tempo os doentes continuam a ter de estar isolados e precisam de uma declaração especial a confirmar o isolamento para contexto laboral. Mas como já não têm testes comparticipados, correm para as urgências à procura do teste gratuito e da declaração que lhes permite ficar em casa”, repara o director das urgências do São João.

Nelson Pereira defende, deste modo, que “ou é importante continuar a testar e voltam a comparticipar os testes, ou então assume-se que não é justificável testar toda a gente e esta passa a ser uma doença como outra qualquer, sem necessidade de declarações específicas para esta situação”.

ZAP //

12 Comments

    • Se não fosse essa “mixórdia” provavelmente teríamos muito mais casos sintomáticos e uma taxa de esforço ainda maior nas nossas urgências. Já para não falar do número de mortos. A cabeça não dá para mais?!

  1. Mas por acaso há provas de as mascaras funcionarem assim tanto??? É que que no ano de 2020 e 2021 também havia estas subidas e andava tudo mascarado.

  2. A menos de um mês falavam de 9 horas de espera nas urgências e não era do covid.
    Talvez o problema das urgências seja endémico e não pandémico como se quer fazer notar !!!

    O vírus existe e anda a circular, é um facto, e vai morrer gente, também é um facto.
    Mas também a gripe e outros vírus existem e com taxas de mortalidade também elas alarmantes,e …!!!

    Quanto ás máscaras, não impediram as primeiras 5 vagas … porque acham que vai impedir a sexta !!!
    Normalmente à terceira é de vez, se não foi à terceira, nem quarta, nem quinta, não creio que a sexta seja diferente, mas enfim !

  3. Claro que há provas que as máscaras funcionam.. Os números de infectados não mentem.. Mas o ter ou não ter máscara nem é o pior.. Deixou de ser obrigatório usar máscara e o povo começou logo a ser uma constante de festas, festivais e outras coisas do género. Neste momento é uma constante ver gente junta como antigamente sem qualquer espaçamento.. As pessoas não ganham juízo e não metem na cabeça que nunca mais será como antigamente. Enquanto não se mentalizarem disso, nada vai melhorar.. Depois toma-se medidas que causam um melhoramento para metade das infecções e na semana a seguir aliviam-se as restrições e as pessoas abusam e na semana a seguir duplicam ou triplicam.. Enfim.. Haja juízo..

  4. Porque será? Vamos culpar apenas os políticos por isto? E os portugueses em geral e a sua forma de vida, nada terão a ver com o assunto? Mais um prémio dos vários conquistados na cauda da Europa!

  5. A guerra na Ucrânia interessa mais a estes animais como o Bastonário da Ordem dos Médicos e o bastardo do Pedro Simas do que os portugueses a morrer.

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