O Presidente da China defendeu esta quarta-feira que as medidas aplicadas pelas autoridades chinesas para travar a propagação do novo coronavírus, estão a alcançar um “progresso visível”, num “momento crucial” da crise que paralisou o país. O número de mortos no país subiu entretanto para os 2.004, depois de as autoridades de saúde terem registado 136 novos óbitos.
Xi Jinping afirmou, numa conversa por telefone com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que “graças a esforços árduos”, existem “mudanças positivas” no combate ao surto e “as medidas de prevenção e controlo da China estão a alcançar progressos visíveis”, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua.
“Desde o início do surto, a China deu prioridade à segurança e à saúde do seu povo, recorreu às suas vantagens institucionais e mobilizou todo o país, adotando medidas abrangentes, rigorosas e completas de prevenção e controlo”, defendeu o líder chinês.
Segundo a agência, Xi agradeceu à rainha Isabel II de Inglaterra e a Johnson pelo apoio dado “na luta” da China contra o surto do Covid-19, observando que Londres enviou material médico para a China, o que “demonstra a amizade entre os dois países e os dois povos”.
O Presidente chinês agradeceu ainda ao homólogo francês, Emmanuel Macron, o “apoio prestado pela França”, que demonstra “plenamente” a “profunda amizade” entre os dois países e o “alto nível” da parceria estratégica abrangente entre Pequim e Paris, acrescentou.
Xi Jinping disse que a China “definitivamente vencerá a batalha” contra o vírus, devido à “forte capacidade” de mobilização e “experiência” em lidar com crises de saúde pública.
Estas declarações tem também um importante cariz político: o surto causou forte descontentamento popular, sobretudo após a morte do médico que alertou, inicialmente, para o novo coronavírus, mas que foi repreendido pela polícia.
Nas primeiras semanas após o início da crise, as referências ao Presidente chinês desapareceram dos meios oficiais e a liderança chinesa passou a assumir uma postura coletiva, com o primeiro-ministro, Li Keqiang, a assumir o grupo de trabalho encarregado de lidar com o surto.
Os novos casos de infeção ascendem no país aos 1.749, totalizando 74.185, de acordo com o mais recente balanço da Comissão Nacional de Saúde da China.
Um homem de 70 anos infetado com o novo coronavírus morreu esta quarta-feira em Hong Kong, anunciou a emissora pública RTHK, elevando-se a duas o número de vítimas mortais do Covid-19 na região administrativa especial chinesa. De acordo com fonte do hospital Princesa Margarida, o homem era o 55.º caso confirmado da doença no território.
Responsáveis dos serviços de saúde tinham indicado anteriormente que o homem tinha problemas de saúde e vivia sozinho em Kwai Chung, na zona dos Novos Territórios, no norte da região. O homem foi hospitalizado há uma semana, na sequência de uma queda sofrida em casa. Ao chegar ao hospital, disse aos médicos ter sentido falta de ar e que tinha tosse desde 2 de fevereiro. No dia 22 de janeiro, o paciente realizou uma visita diurna à China.
Hoje, as autoridades iranianas confirmaram a existência de dois casos de Covid-19, os primeiros registados neste país, anunciou a agência de notícias semioficial ISNA.
Em Macau, 29 casinos vão reabrir as portas a partir desta quinta-feira e 12 permanecem encerrados. As autoridades indicaram ainda que a reabertura de 29 dos casinos corresponde a 1.800 mesas de jogo, um terço do total no território, e que os outros 12 solicitaram um prorrogamento do prazo.
De acordo com o jornal Público, a Rússia vai proibir a entrada a todos os cidadãos chineses a partir desta quinta-feira para impedir a propagação do novo coronavírus. Os russos são os primeiros a fazê-lo num momento em que já se registaram casos positivos em pelo menos 25 países.
Passageiros do cruzeiro começam a desembarcar
Os passageiros do cruzeiro sob quarentena a sul de Tóquio começaram esta quarta-feira a desembarcar, depois de concluído o período de isolamento fixado pelas autoridades para evitar a propagação do novo coronavírus.
Pelas 11h saíram os primeiros passageiros do navio Diamond Princess, em quarentena desde 3 de fevereiro no porto de Yohokoma, a sul de Tóquio, depois de ter sido detetado pelo menos um caso de infeção com o Covid-19, cujo surto começou no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.
Ao longo do dia, as autoridades preveem a saída de cerca de 500 passageiros, sempre e quando o resultado das análises realizadas sejam negativos para o coronavírus. A operação de desembarque vai prolongar-se até sexta-feira.
A bordo do Diamond Princess chegaram 3.711 pessoas, 2.666 passageiros, de meia centena de nacionalidades, e 1.045 tripulantes.
À saída do barco, os primeiros passageiros foram acompanhados por funcionários do Ministério da Saúde japonês, equipados com fatos protetores e máscaras faciais, a táxis e autocarros.
Getty Images protege identidade de jornalistas na China
A maior agência de fotografia do mundo, a Getty Images, admitiu, em declarações ao Observador, que existem fotojornalistas na China que pedem para os seus nomes não serem associados às fotografias que captam “devido a preocupações com a sua segurança”. A agência garante que só autoriza estas práticas em casos de extrema importância e relevância.
A Getty Images garante abrir esta possibilidade noutras ocasiões, como é o caso da guerra na Síria ou os recentes conflitos no Irão, com o intuito de proteger os seus jornalistas.
A agência disse que não torna públicos os detalhes destas conversações com os fotojornalistas, mas admite que neste caso concreto “existia uma preocupação convincente e bastante forte para conceder o anonimato ao fotojornalista”.
Segundo o Observador, todos os fotojornalistas do mundo são obrigados a assinar as suas imagens com o seu nome profissional.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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