Hugo Delgado / Lusa

Com a terceira fase de desconfinamento aí à porta, o Governo ainda tem dúvidas sobre o que fazer, mantendo algumas pontas soltas. A maior preocupação incide nos concelhos onde há mais casos.
Durante a reunião do Infarmed, que ocorreu esta terça-feira de manhã, António Costa pediu aos especialistas conselhos sobre o que fazer a nível local e pediu-lhes se podiam “ajustar” melhor o indicador concelhio.
A dúvida sobre o que fazer localmente, nos casos em que os concelhos estão com nível de risco no vermelho, tem sido uma das preocupações do primeiro-ministro, sobretudo depois da reunião com alguns autarcas a semana passada.
Segundo o Expresso, Costa perguntou se era possível ajustar a leitura do risco a nível local e regional, isto porque há casos, em alguns concelhos, que estão ligados a contextos concretos de surtos.
Óscar Felgueiras, da Administração Regional de Saúde do Norte e Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que desenhou o plano em que o Governo se baseou para o desconfinamento, disse apenas que é preciso olhar para os indicadores concelhios como “sinalizadores” e fazer o cruzamento com o que decidem as autoridades locais.
De acordo com o Observador, nos planos do Governo podem estar confinamentos locais sempre que a situação assim o obrigue – que podem abranger um único concelho ou vários concelhos vizinhos –, impondo também limitações de circulação entre autarquias
O plano apresentado pelo Governo prevê que a partir de 19 de Abril abram todas as lojas e centros comerciais, bem como todos os restaurantes, cafés e pastelarias até às 22h (e às 13h ao fim de semana), os cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculo e ainda que abram as restantes escolas: secundárias e ensino superior.
No entanto, é preciso cautela na abertura. Os especialistas alertam que o país pode atingir os níveis de risco (o vermelho na matriz que serve de bússola) ainda em abril (nos próximos 15 dias a um mês).
Agora, os olhos estão postos nos mais novos, mas isso não deverá impedir a reabertura das escolas secundárias e do ensino superior como previsto.
Da reunião, António Costa saiu com um conforto e com luz verde para continuar a abertura dos estabelecimentos de ensino.
DGS prepara plano para visitas aos lares
Na reunião ficou ainda claro que a Direção-Geral de Saúde (DGS) vai definir em breve novas orientações para visitas aos lares.
Apesar de grande parte deste grupo estar já vacinado, as visitas aos lares continuam fortemente condicionadas e com muitas restrições.
Os idosos que deixam os lares por mais do que um dia estão obrigados a cumprir um isolamento de duas semanas, e como há lares que dizem não ter condições para garantir esse isolamento, muitos idosos estão a ser impedidos de deixarem as instalações.
As restrições estão a motivar críticas, que têm alertado para os riscos de medidas desta natureza para a saúde mental dos mais velhos.
Contudo, o Governo assegurou que em breve serão definidas novas orientações para permitir menos restrições nas visitas aos lares.
Coitadinho, parece mesmo preocupado.