O secretário-geral do PS secretário-geral do PS defendeu este sábado a tese de que “sem contas certas não há futuro” para o país e frisou que o seu Governo nunca aceitará colocar em causa a credibilidade externa da economia portuguesa.
Este aviso foi transmitido por António Costa, na reunião da Comissão Nacional do PS, num discurso que proferiu algumas horas após o seu Governo ter aprovado o Orçamento do Estado para 2022, mas em que nunca se referiu diretamente aos parceiros dos socialistas no parlamento: PCP, PEV, Bloco de Esquerda e PAN.
Depois do aviso, o líder socialista considerou que, desde 2016, foi sempre possível conciliar aumento dos rendimentos e do investimento com “uma sã gestão das contas públicas”. Mas “sem contas certas não há futuro”, declarou perante os membros da Comissão Nacional do PS.
O secretário-geral do PS definiu como desafio central “a manutenção da credibilidade internacional” do país. “É essa credibilidade internacional de um país com finanças públicas que vão sendo sãs que permite continuar a atrair investimento direto estrangeiro. Este ano vamos conseguir bater o recorde de atração de investimento direto estrangeiro em Portugal, apesar de todas as incertezas que existem na economia ao nível global”, alegou.
António Costa reforçou depois a mensagem: “É essa credibilidade internacional que em caso algum pode ser posta em risco”.
“E nós já provámos ao longo destes seis orçamentos que é possível, simultaneamente, termos orçamentos amigos do investimento, que melhorem as condições de vida das pessoas e haver uma gestão das finanças públicas responsável que controla o défice e com a preocupação de redução do endividamento”, defendeu.
De acordo com António Costa, foi “com essa folga” financeira que “permitiu ao país enfrentar com força a pandemia”. “Agora que virámos a pandemia é preciso ao mesmo tempo reforçar o investimento e o rendimento das famílias, mas nunca esquecendo que sem contas certas não há futuro”, disse.
Autárquicas
No dia de hoje, António Costa admitiu ainda responsabilidades no resultado que o PS teve nas eleições autárquicas de 26 de Setembro e defendeu que o PS tem de fazer uma reflexão sobre o que se passou.
Mesmo insistindo em que o PS “ganhou as autárquicas, qualquer que seja o critério de análise dos resultados eleitorais”, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, reconheceu que houve causas nacionais em algumas das derrotas e situações de perda de votos do seu partido nas últimas eleições autárquicas, pedindo reflexão interna e atenção à voz dos cidadãos, escreve o Público.
Sem fazer referência a casos concretos de derrotas em algumas câmaras municipais, Costa defendeu que no seu partido se sabe “seguramente” que em muitas autarquias as causas de se ter perdido “serão sobretudo locais”. Porém, sublinhou que “em outras não são seguramente locais e há uma explicação nacional para esses resultados”.
“É importante que façamos essa reflexão, porque estamos há seis anos no Governo, ganhámos sucessivamente as eleições a que nos temos apresentado desde então e é importante que o partido saiba escutar a voz dos cidadãos”, apelou o secretário-geral do PS.
ZAP // Lusa
OE2022
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Quem devia fazer uma reflexão profunda era António Costa.
Mais uma vez revelou ser um político sem rasgo e sem visão de futuro e sem sentido de estadista. Envolvendo-se em campanhas locais onde o bom senso mandava que estivesse ausente, ou pelo menos fosse discreto, apadrinhando caciques como um chefe da mafia, respondendo a críticos com ataques pouco edificantes ou com veladas ameaças, mostrou ser um político para o dia-a-dia, mas não para os grandes dias, de trazer por casa. Não inaugurou, infelizmente, uma nova era política: a do respeito pela populações, ao local o que é local; a da exclusividade de funções: ser PM a tempo inteiro; a de ser independente e equidistante, face aos municípios.
Como se viu, o PS só ganharia com isso. E Costa também. Agora, saboreia uma vitória com um travo amargo. Há derrotas bem mais fáceis de digerir, em nome de causas e sem quebras de coerência e de princípios. Resta-lhe começar a preparar a retirada. Se o vício não tiver já tomado conta dele.
Esta monarquia absoluta de el rei D. António Costa I está a esgotar os recursos do reino na extensa corte que o rodeia…