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“Sabe a muito pouco.” Costa não tem “um Governo de combate”

PSD / Flickr

Luís Marques Mendes

No habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes disse que o novo Governo de António Costa não é novo, mas antes um “remodelação do anterior”.

“O primeiro erro político de António Costa” é, para Luís Marques Mendes, a composição do novo Governo, apresentado na passada terça-feira. O comentador político afirmou, no seu espaço de comentário na SIC, que o novo Executivo é “um Governo velho, a continuação do anterior”, “só tem duas caras novas” e é mais “uma remodelação”. “Sabe a muito pouco”, sublinhou.

Na opinião do antigo líder social-democrata, fica a sensação de que este “é um Governo de transição, um remendo” – ou seja, o “Governo verdadeiro” será aquele que “há-de surgir em 2021”. Para Marques Mendes, esta decisão é “muito má” porque “não dá autoridade aos ministros e não suscita respeito nas pessoas”.

O conselheiro de Estado também não vê o “reforço do núcleo político” no Governo, dando o exemplo da promoção de Pedro Siza Vieira a número dois da hierarquia para contrariar a opinião de que o Executivo se reforçou politicamente.

“Como [Costa] não tem acordos no Parlamento, precisava de ter Governo de combate, com energia nova, que não há, e políticos, que também não tem. Fala-se em Siza Vieira, [novo] número dois, grande promoção. Tenho-o na conta de uma pessoa séria, íntegra, competente, conhecedora dos problemas das empresas. Mas não é nenhum reforço do núcleo político do Governo. Siza Vieira não é político, não tem perfil político nem tem peso político próprio, é um amigo do primeiro-ministro, pronto. E não é por o ministro subir na hierarquia que a economia vai ganhar mais peso”, disse, citado pelo Observador.

Já sobre Mário Centeno, Marques Mendes considera que o ministro das Finanças foi alvo de uma “desconsideração” de António Costa. “Na hierarquia do Governo – apesar de contar pouco – fica atrás de Siza Vieira e Mariana da Silva? Não é bonito, sobretudo para quem o apresentou sempre como o grande trunfo do Governo. Mas verdadeiramente – pelo instinto de vingança que tem um bocadinho mas sobretudo pela natureza das coisas – quem vai continuar a mandar no Governo é Mário Centeno”.

Para o comentador político, o Governo “precisava de ser refrescado, estava muito desgastado”, mas “os ministros mais desgastados mantêm-se: da Saúde, Educação e Ciência”.

Além disso, o novo Governo “tem mais PS e menos sociedade civil”, já que mesmo “a única ministra que não vem da área do PS, Ana Abrunhosa, tem também do Estado. Parece um Governo do Estado e não do país, não há pessoas das empresas”.

Mas há também aspetos positivos, entre eles, por exemplo, o facto de este ser “um Governo quase paritário, em 19 ministros, oito são mulheres”; a nomeação de Ana Mendes Godinho para a pasta do Trabalho, que foi “uma surpresa, muito competente, dinâmica e trabalhadora, vai surpreender na minha opinião, sobretudo na concertação social” – e a escolha de Ana Abrunhosa, “independente que até é mais da área do PSD”, para a Coesão Territorial, porque é “competente, prática, operacional, domina muito bem a questão dos fundos comunitários”.

A “aposta consistente” em Alexandra Leitão para “o novo Ministério na área da Modernização e Reforma da Administração Pública”, merece também elogios, uma vez que este poderá ser “um Ministério forte, porque vai ter três áreas: a Administração Pública – que vem das Finanças -, a Modernização Administrativa – que vem de Mariana Vieira da Silva – e uma área importantíssima, das Autarquias locais e descentralização, [que vem] de Eduardo Cabrita [ministro da Administração Interna]”.

O reforço dos “dois dos melhores ministros” de Costa também é outro ponto positivo destacado por Marques Mendes: Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação) e Matos Fernandes (Ambiente e Ação Climática).

ZAP //

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