Marques Mendes critica a falta de coragem de António Costa para remodelar o governo e acredita que segurar Cabrita é uma “afronta aos portugueses”. Sobre a vacinação dos jovens de 16 e 17 anos, Portugal “é um exemplo”.
Numa recente entrevista ao Expresso, António Costa negou os rumores de que se avizinha uma grande remodelação no governo, tendo referido apenas a saída da Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.
Luís Marques Mendes acredita que esta “atitude de uma certa arrogância” deve-se ao primeiro-ministro sentir “as costas quentes” especificamente sobre Eduardo Cabrita, apesar das sondagens indicarem que a maioria dos portugueses apoia uma remodelação.
Segundo o comentador da SIC, António Costa é um “político hábil” mas que “a coragem não é o ponto forte do primeiro-ministro”. “Eduardo Cabrita já devia ter saído do Governo há muito tempo. Está mais que fragilizado. Só se mantém porque é amigo pessoal“, afirma Marques Mendes, acrescentado que é uma “afronta aos portugueses”.
Sobre as polémicas do Ministro da Administração Interna, o conselheiro de Estado refere que “duas contradições” ficaram muito evidentes esta semana.
No caso da morte de Ihor Homeniuk, Marques Mendes afirma que foram condenados três inspectores e que o ex-diretor de Fronteiras de Lisboa foi afastado da função pública, no entanto “as responsabilidades políticas do ministro continuam sem ser assumidas”.
Já sobre o acidente com o carro onde seguia Cabrita que fez uma vítima mortal, “há um silêncio que não é aceitável” quase dois meses depois. “Ainda não se pode saber qual a velocidade a que seguia o carro do ministro? E o inquérito que a GNR está a fazer ao caso vai durar até à eternidade?”, questiona o comentador, citado pelo Expresso.
Apesar de Costa ter negado a remodelação, Marques Mendes acredita que esta é inevitável e que “quanto mais tarde pior“. “Os ministros que saem tendem a ficar furiosos com o primeiro-ministro. Quanto mais tarde se remodelar, mais difícil será encontrar pessoas de prestígio e qualidade para ingressarem no Governo”, remata.
A vacinação dos jovens com 16 e 17 anos que começou este fim-de-semana foi “um sucesso” que prova que “ao contrário do que se afirmava, os jovens querem ser vacinados” e que “somos um excelente exemplo na Europa e no mundo”.
Já a entrevista de Gouveia e Melo à SIC foi “pragmática, sensata e muito genuína” e o vice-almirante tem reforçado o “prestígio das Forças Armadas” devido ao seu “rigor e profissionalismo” da liderança da task force da vacinação.
“Há negacionistas e são até muito barulhentos, mas são uma minoria“, acrescenta, referindo-se ao confronto entre Gouveia e Melo e manifestantes negacionistas.
Sobre o avanço dos talibã no Afeganistão, Marques Mendes acredita que o futuro “só pode ser um enorme desastre” devido ao risco do país “voltar a ser um santuário do terrorismo internacional” e da Europa ter de enfrentar “uma nova onda de refugiados”.
“Muita gente nos EUA e fora pensava que Biden iria reverter a decisão de Trump” da retirada das tropas, mas o novo presidente não o fez, o conselheiro acredita que o “Afeganistão pode ser uma mancha séria” no mandato de Joe Biden.