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Costa revelou aos partidos que vem aí um desconfinamento por concelhos, um semáforo de 5 níveis e uma Páscoa limitada

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partyofeuropeansocialists / Flickr

O primeiro-ministro António Costa

O primeiro-ministro recebeu, esta terça-feira à tarde, alguns partidos com assento parlamentar e pouco revelou sobre o plano de desconfinamento, que será apresentado oficialmente na quinta-feira.

Apesar de ter levantado muito pouco o véu, António Costa deu a entender que o país vai desconfinar por concelhos e que o plano vai traçar cinco níveis com base em indicadores concretos. A Páscoa terá restrições entre concelhos para “evitar o que se passou no Natal” e, quanto ao ensino privado, Costa admitiu financiar os testes.

Sobre o ensino presencial, uma fonte adiantou ao Observador que a abertura deverá ser feita por níveis de ensino, sendo que as creches e a pré-primária deverão ser os primeiros estabelecimentos a abrir. No entanto, não foi avançada uma data concreta aos partidos.

O que está agora em cima da mesa pode ainda vir a sofrer alterações, uma vez que o plano de desconfinamento será debatido esta quinta-feira e votado em Conselho de Ministros.

Fontes que estiveram reunidas com Costa revelaram que, em relação às escolas, a ideia é uma abertura nacional do ensino presencial. Contudo, um novo fecho pode ficar, a partir da aplicação do novo plano, dependente do comportamento dos indicadores em cada concelho.

O diário avança que o desconfinamento de atividades económicas também está a ser desenhado para poder abrir conforme a situação epidemiológica em cada concelho, de forma a “poder preservar a atividade em alguns territórios”.

Outra fonte confirmou que está “claramente em cima da mesa a existência de graus de risco conforme as atividades“.

O Governo vai também iniciar um programa de testagem massiva para acautelar a reabertura das escolas e mostrou abertura para que os testes sejam também fornecidos pelo Estado ao ensino privado, tal como pedem as associações do setor e a oposição.

Na reunião, o Executivo não foi claro sobre como este plano de desconfinamento se adaptará ao estado de exceção que estiver a vigorar no país a cada momento, adiantando apenas que a solução jurídica ainda está a ser estudada.

“Vai ser mais um duro golpe perder a Páscoa”

Esta quarta-feira, o Governo vai apresentar o plano de desconfinamento aos parceiros sociais. O setor do turismo, um dos mais afetados pela pandemia, aguarda-o com muita expectativa.

Ao Expresso, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), revelou que vai pedir ao Governo “que as medidas que vai tomar sejam claras, transparentes e atempadas, porque as atividades turísticas, sejam de hotéis, restaurantes ou agências de viagens, precisam de tempo para se preparar, como stocks, etc, e é preciso que haja aqui previsibilidade para se organizar a operação”.

Quanto à Páscoa, o responsável referiu que é um período de arranque da época turística, pelo que, “se vier a comprovar-se, como é provável, que a Páscoa está perdida, este é mais um duro golpe na eventual recuperação e rentabilidade das empresas”.

“Ao fim de um ano, e se a situação de confinamento se prolongar por mais tempo, temos de alertar que são precisas novas medidas e novos apoios para o turismo”, afirmou o presidente da CTP.

Sindicatos pedem vacinação

Os representantes dos trabalhadores reivindicam prioridade na vacinação de quem vai regressar às atividades letivas presenciais e defendem que é benéfico manter o teletrabalho, sempre que este seja possível.

“É importante envolver os representantes dos trabalhadores no processo de testagem massiva nos locais de trabalho. Mas isso não chega. As atividades que reabrirem, sobretudo as escolas, devem ter prioridade na vacinação do pessoal docente e não docente”, disse Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT, ao semanário Expresso.

Isabel Camarinha, da CGTP, considera que “é importante reabrir escolas e a economia o mais rapidamente possível, uma vez que os apoios são insuficientes e não estão a chegar à velocidade que deveriam e há empresas e trabalhadores em situação de profunda agonia”.

Além da testagem massiva nos setores que reabrirem e do reforço no processo de vacinação, Camarinha recorda que é também determinante preparar os transportes públicos para a reabertura da economia.

Liliana Malainho, ZAP //

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8 Comments

  1. Dividir para reinar!
    Liberdade é que não!
    Responsabilizar-se pelo fracasso das urgências é que não!
    Responsabilizar a comunicação social pelo alarmismo é que não!

  2. Com tantos iluminados em Portugal nas TVs, nas rádios, nos jornais, nos partidos da oposição… até nas secções de comentários de noticias online, o que o Costa tem que fazer é contratar esta gente toda e com urgência.

    Arrumávamos a pandemia em 2 semanitas.

    Agora que penso nisso, tivemos um azar do caraças! Com paletes de peritos em controlo pandémico por aí («nas TVs, nas rádios, nos jornais, nos partidos da oposição… até nas secções de comentários de noticias online»), qual terá sido o acaso cósmico que terá feito com que TODOS os azelhas nesta área, ficassem TODOS arrumados no governo?

    Não há dúvida. O Universo está contra Portugal! Que raio teremos feito nós ao Universo….?

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