Esta segunda-feira, na reunião no Infarmed, os especialistas apresentaram a sua proposta de plano de desconfinamento. A decisão final do Governo só será conhecida na quinta-feira.
De acordo com o Expresso, a proposta de plano de desconfinamento foi apresentada esta segunda-feira por Raquel Duarte, da Administração Regional de Saúde (ARS) Norte e antiga secretária de Estado da Saúde, e é o resultado de um trabalho conjunto de nove especialistas a quem o Governo deu a tarefa de planear o regresso do país à normalidade.
O grupo de trabalho, que deu início a esta missão em janeiro, propôs cinco níveis de medidas: no nível 1 estão incluídas as medidas menos restritivas, que só estarão em vigor um mês e meio depois do início do desconfinamento, e no nível cinco incluem-se as mais restritivas.
A ideia é que o país abra, de norte a sul, com as medidas referentes ao nível 4, independentemente do nível de risco associado a cada um dos concelhos nesse momento. O alívio ou o reforço das restrições acontece mediantes as avaliações quinzenais.
Setor escolar
Os especialistas propõem que seja retomado o ensino presencial no pré-escolar e infantil numa primeira fase. Duas semanas depois, e se a avaliação das medidas o permitir, poderiam reabrir as escolas do 1.º e 2.º ciclos e, após duas semanas, o 3.º ciclo e o secundário. O Ensino Superior abriria todo duas semanas depois.
Caso o nível de risco volte a atingir o seu nível máximo (nível 5), os especialistas propõem uma suspensão geral.
Em relação às medidas de segurança, deverá ser mantido o distanciamento físico e o uso da máscara deverá ser obrigatório. A promoção de desfasamento de horários e da higienização dos espaços e superfícies também deverá ser uma regra aplicada a nível nacional.
Atividade laboral
No nível 5, só operam os níveis essenciais, pelo que a abertura do país, no nível 4, deverá permitir situações “em locais comuns sem contacto com público”. Neste patamar, os especialistas preveem manter o teletrabalho sempre que possível, horários desfasados e aumento da testagem.
Duas semanas depois – e se a situação epidemiológica o permitir – será possível baixar para o nível 3, com a abertura de locais de trabalho com contacto com público, mas sem contacto físico. No nível 2 seria permitida a abertura dos trabalhos com contacto físico e só no nível de risco mais baixo será permitida a retoma de todas as atividades laborais.
Segundo a proposta de plano, o teletrabalho continua a ser imposto como regra. Quando não for possível, a promoção de horários desfasados, o aumento da testagem dos funcionários e a garantia do distanciamento físico em contexto de escritório devem ser garantidos.
O plano propõem também que, até ao nível 2, todas estas atividades funcionem, nos dias úteis, até às 21 horas, e aos sábados até às 13 horas, excluindo as atividades comerciais em regime de take away ou delivery.
No regresso ao trabalho deverá ser garantida a distância entre trabalhadores, reorganização de equipas para diminuir a interação das pessoas, o desfasamento de horários e a autoavaliação de sintomas.
Transportes públicos
Nos níveis de risco 3 e 4, os transportes públicos devem ocupar 25% da sua capacidade total, que só deverá subir para os 50% nos dois níveis de risco mais baixo.
Já em relação aos táxis e aos TVDE’s, a lotação do veículo deverá ser limitada a apenas dois terços da sua capacidade, em todos os níveis de risco. A exceção acontece no nível de risco mais elevado, em que a utilização de transportes públicos, seja de que natureza forem, só deverá ocorrer “em situações emergentes e justificadas“.
Comércio e restauração
No setor do comércio e retalho, a abertura da venda ao postigo seria permitida numa primeira fase, no nível proposto para o desconfinamento (nível 4).
No nível 3, o plano propõe a reabertura dos espaços com limite de pessoas e restrição de horário, e só a partir do nível 2 seria possível o comércio deixar de ter restrição de horário (no mínimo, um mês depois do início do desconfinamento).
Na restauração, o arranque deveria ser feito mantendo o takeway e entregas ao domicílio. A reabertura do serviço de esplanada, com uso de máscara obrigatório e máximo de 4 pessoas por mesa, deverá acontecer no nível 3.
Só no nível 2 – no melhor dos cenários, depois de um mês e meio de desconfinamento – abrem os restaurantes com medidas restritivas e um máximo de 6 pessoas por mesa (se for na esplanada, um máximo de 10 pessoas). O cumprimento do distanciamento social e a utilização de máscara mantêm-se
Convívio Familiar
Os contactos sociais deverão ficar restringidos ao agregado familiar, numa primeira fase e sempre que um concelho que seja classificado como de nível 4 ou 5. Nos níveis de risco 2 e 3, poderá reunir-se com mais seis pessoas exteriores ao agregado familiar.
Ao fim de um mês e meio, no nível 1, a restrição mínima será o contacto com o agregado e outras dez pessoas, desde que em condições de distanciamento social e com recurso à máscara.
O semanário acrescenta que para um concelho descer de nível ao fim de 15 dias, deverá estar num nível de risco abaixo desse. Exceto para chegar ao nível 1 de restrições: nesse caso, basta manter-se no nível de risco 2.
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Que grande confusão!!
Por estas tretas do desconfinamento, vê-se bem a miséria deste país. Temos aprendizes de governantes.
Mais um excelente trabalho de tecnocratas com muita teoria mas mas com pouca visão prática. Numa cidade os alunos têm aulas presenciais noutras não, os pais caso trabalhem na cidade ao lado poderão ter de ir trabalhar e os filhos terem de confinar. numa cidade não posso ir ao restaurante na outra ao lado já posso. na produção de um automóvel numa cidade onde produzem os motores está tudo fechado, noutra onde produzem o carro está a laborar etc…. Compreendo que não é fácil disciplinar o povo mas acho que seria melhor apostar numa acção mais rápida, incisiva e de contenção nos focos detectados do que regular cidades por estatísticas.
Nem mais. 🙂
Isto é o que da quando se vota num governo e acabas a ser governado pelos especialistas epidemiologicos a única preocupação é acabar com o vírus.
O governo deveria escutar economistas, educadores e professores, psicólogos, etc…
depois tomar decisões equilibradas, mas o normal hoje é os governantes esconderem-se por detrás do especialistas e não assumir decisões.
Parece alguém que para poupar dinheiro deixa de comer !!!
Que grande confusão é a de quem escreveu esta noticia! O plano de desconfinamento apresentado para o setor escolar tem âmbito nacional. Ou seja, os diferentes ciclos abrem ao mesmo tempo a nível nacional e não de acordo com o nível de risco do município como é afirmado neste texto!
E de repente surgem os “peritos e especialistas” a mandar no povo, sem terem sido eleitos